Desejo um 2025 em que golpista seja preso e super-rico pague mais imposto
A perspectiva para 2025 no Brasil envolve um desejo urgente de justiça social e punibilidade em relação a ações que ameaçaram a democracia. O apelo por um futuro em que tanto os golpistas sejam responsabilizados quanto os ultraricos contribuam de forma mais justa para o financiamento das políticas públicas gera um debate relevante nos dias atuais. A reforma tributária, em particular, surge como um dos temas mais críticos e discutidos na atualidade.
Feridas Abertas pela Ditadura
Contexto Histórico
As consequências da ditadura militar que durou de 1964 a 1985 ainda são evidentes na sociedade brasileira. Com um legado marcado pela repressão, o Brasil nunca conseguiu cicatrizar completamente as feridas abertas por 21 anos de chumbo. Leonardo Sakamoto, reconhecido jornalista, aponta que esses ferimentos permanecem purulentos, apesar das tentativas de minimizar seu impacto social.
A Impunidade Militar
A falta de responsabilização de membros das Forças Armadas envolvidos em torturas e violações de direitos humanos abre espaço para uma repetição de eventos que atentam contra a democracia. As tentativas de golpe no final do mandato de Jair Bolsonaro foram, em parte, impulsionadas pela ausência de punições apropriadas a líderes militares de alta patente. A possibilidade de um general, mesmo em fase de reserva, ser julgado ao lado de um líder civil, representa um simbólico fechamento desse ciclo de impunidade.
A Necessidade de Reforma Tributária
Desigualdade Fiscal
Em paralelo à questão da impunidade, a desigualdade na estrutura tributária do Brasil é alarmante. Atualmente, indivíduos com rendimentos elevados pagam, proporcionalmente, menos impostos do que a classe média. Isso não apenas gera divisões sociais mas também compromete a viabilidade de programas sociais que beneficiam a população mais vulnerável.
Propostas para 2025
Com a reforma tributária em pauta, o Brasil tem uma oportunidade ímpar para reverter essa dinâmica desigual. As propostas incluem:
- Imposto sobre Dividendos: Reinstaurar a taxação sobre dividendos, abolida em 1995.
- Reajuste da Tabela do Imposto de Renda: Criar faixas superiores de alíquotas para rendimentos altos, acima de 30%.
- Tributação sobre Grandes Fortunas: Instaurar um imposto específico sobre grandes patrimônios.
- Imposto sobre Heranças: Aumentar a taxa sobre heranças para os mais abastados.
Essas iniciativas podem elevar a coleta de impostos dos super-ricos, tornando-a mais justa e equilibrada. O que frequentemente passa como uma medida comunista no Brasil, é, na realidade, uma questão de justiça social, como reconhecido em nações mais desenvolvidas.
Medidas na Prática
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou uma proposta que incentiva a taxa progressiva sobre a renda, cobrando de quem ganha acima de R$ 600 mil por ano um mínimo de 10%. Essa medida visa reequilibrar o sistema tributário, onde hoje alguém que vive de dividendos (isentos) paga menos impostos proporcionalmente do que um trabalhador que recebe menos de três salários mínimos.
Reações do Mercado
Ainda que essa proposta não tenha sido formalmente enviada ao Congresso, já existem reações do mercado que clamam por injustiça no aumento da carga tributária sobre os "ricos pobres". Essa resistência pode gerar um conflito entre a necessidade de justiça fiscal e os interesses dos mais abastados.
Tensão Social e o Caminho a Seguir
O desejo de um Brasil reformulado em 2025 não deve ser visto apenas como um anseio por um futuro mais justo, mas também como uma reflexão sobre o papel do Estado na vida de seus cidadãos. As tensões sociais que emergem de um sistema desigual e da falta de responsabilização para aqueles que representam o poder são questões que não podem ser ignoradas.
Educação e Conscientização
Um passo essencial rumo a um futuro mais equilibrado é a educação da população sobre suas direitas e deveres. Compreender como as estruturas de poder e tributação afetam a vida cotidiana é fundamental para que os cidadãos exijam mudanças efetivas.
Conclusão
O chamado de Sakamoto por um 2025 em que golpistas sejam responsabilizados e os super ricos paguem impostos justos ressoa com um anseio por verdadeira transformação social no Brasil. Com a oportunidade de reforma tributária e um olhar atento sobre a impunidade de atos antidemocráticos, o país se encontra em uma encruzilhada, onde as decisões tomadas hoje moldarão não apenas o contexto político, mas também a vida de gerações futuras. O compromisso com a verdade, justiça e equidade fiscal não pode ser adiado. O futuro do Brasil depende disso.