Os cientistas poderão ser capazes de identificar sinais de vida na lua de Saturno, Encélado, de acordo com um novo estudo.
Encélado há muito tempo atrai cientistas em busca de vida em outros locais do nosso sistema solar. O mundo oceânico coberto por uma crosta gelada contém água, energia e matéria orgânica, levando alguns a especular que pode ser a melhor esperança de vida em nossa vizinhança celestial.
Uma esperança é que os sinais de vida possam ser detectados nas plumas de gelo que são expelidas de sua superfície a cerca de 1.300 quilômetros por hora. Isso significa que uma espaçonave não precisaria se enterrar sob a crosta externa gelada, mas poderia simplesmente voar além de Encélado e coletar amostras desse gelo.
A Nasa conseguiu fazer isso com sua espaçonave Cassini, que descobriu pela primeira vez os detalhes dessas plumas durante uma missão de 20 anos que foi concluída em 2017. Mas os cientistas temiam que fosse impossível capturar detalhes de vida alienígena nessas plumas, já que os compostos orgânicos nos grãos gelados poderiam ser quebrados pela velocidade das plumas.
No entanto, um novo estudo sugere o contrário. A pesquisa indica que os aminoácidos transportados nessas plumas geladas seriam capazes de resistir ao transporte em plumas dez vezes mais rápido do que os provenientes de Encélado.
O trabalho foi conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, que conseguiram usar um sistema chamado espectrômetro de impacto de aerossol. Isso permite aos pesquisadores ver como os aerossóis e as partículas se comportam em altas velocidades – e embora não tenha sido construído para compreender esse tipo de plumas, era perfeito para a tarefa.
“Este aparelho é o único do tipo no mundo que pode selecionar partículas únicas e acelerá-las ou desacelerá-las até velocidades finais escolhidas”, disse Robert Continetti, o professor que liderou o trabalho. “De vários mícrons de diâmetro até centenas de nanômetros, em uma variedade de materiais, somos capazes de examinar o comportamento das partículas, como a forma como elas se espalham ou como suas estruturas mudam com o impacto.”
As descobertas são relatadas em um novo artigo, ‘Detecção de aminoácidos intactos com um espectrômetro de massa de impacto de grãos de gelo hiperveloz’, publicado na revista Anais da Academia Nacional de Ciências.