Pesquisadores descobrem como “teletransportar” imagens sem enviá-las fisicamente.
Uma equipe internacional da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, e do Instituto de Ciências Fotônicas (ICFO), na Espanha, realizou a façanha usando padrões de luz laser e um detector óptico que aproveitou processos quânticos.
Os princípios bizarros da física quântica permitiram que a informação da imagem aparecesse na extremidade do receptor sem ter que viajar fisicamente do remetente.
“Tradicionalmente, duas partes em comunicação enviam fisicamente as informações uma para a outra, mesmo no domínio quântico”, disse Andrew Forbes, professor da Universidade de Wits que liderou a pesquisa.
“Agora, é possível teletransportar informações para que elas nunca viajem fisicamente pela conexão – uma tecnologia de ‘Star Trek’ tornada real.”
A conquista oferece um vislumbre do potencial das comunicações quânticas, um campo emergente da ciência que poderia permitir o envio de dados através de distâncias muito maiores do que as que os sistemas de telecomunicações modernos oferecem atualmente.
Em 2017, cientistas chineses conseguiram “teletransportar” uma partícula de fotões do solo para um satélite em órbita a cerca de 1.400 km de distância, o que foi aclamado na altura por promover a investigação sobre redes de comunicações invioláveis.
Os investigadores por detrás da mais recente descoberta levaram este campo muito mais longe, mas alertaram que a tecnologia poderia ser potencialmente utilizada indevidamente por intervenientes nefastos para fazer clones.
“Temos que ser cautelosos agora, pois esta configuração não poderia impedir que um remetente trapaceiro guardasse cópias melhores das informações para serem teletransportadas, o que significa que poderíamos acabar com muitos clones do Sr. Spock no mundo de Star Trek, se isso fosse o que Scotty queria.”, disse o Dr. Adam Vallés do ICFO, que foi um dos líderes do projeto.
“Esperamos que este experimento que mostra a viabilidade do processo motive novos avanços na comunidade de óptica não linear, ampliando os limites em direção a uma implementação quântica completa.”
A pesquisa foi publicada em um estudo intitulado ‘Transporte quântico de informações espaciais de alta dimensão com um detector não linear’, publicado na última edição da revista científica Comunicações da Natureza.