As imagens na Internet “refletem e exageram” os preconceitos de gênero encontrados no mundo, de acordo com um novo estudo importante.
Bilhões de imagens estão agora disponíveis online e são cada vez mais importantes como forma de ilustrar o conteúdo online, bem como de incentivar as pessoas a se envolverem com ele. A quantidade de texto lido pelas pessoas está diminuindo, enquanto a quantidade de imagens que elas veem e produzem está aumentando, mostram estudos.
Essas imagens também podem ser mais memoráveis e emocionalmente envolventes do que o texto. E os pesquisadores observam que podem ser mais marcados demograficamente: é possível utilizar pronomes neutros em termos de gênero quando se fala de médicos, por exemplo, mas as imagens deles tenderão a fornecer informações sobre o seu gênero.
Apesar de tudo isso, grande parte da pesquisa sobre preconceitos de gênero online centrou-se no texto. Agora, os pesquisadores conduziram um novo e importante estudo sobre o preconceito de gênero implícito nas imagens que visualizam online.
Eles descobriram que as mulheres estão dramaticamente sub-representadas online. Descobriram também que as imagens que existem tendem a vir com associações de gênero marcadas: a pesquisa por “chefe da polícia”, “banqueiro de investimento” ou “cirurgião cardíaco” provavelmente mostrará homens, enquanto a pesquisa por fotografias de enfermeiras ou cozinheiras mostrará mulheres.
Os autores descobriram que isso permanecia verdadeiro independentemente do país de origem das imagens pesquisadas. E descobriram que isso era verdade em todos os sites: embora o trabalho inicial se concentrasse no Google, as descobertas foram replicadas em outros sites, como a Wikipédia e o Internet Movie Database, ou IMDb.
A pesquisa também realizou um trabalho para estabelecer se essas imagens ajudam a confirmar preconceitos inconscientes – e descobriu que sim.
Centenas de participantes foram recrutados, alguns foram solicitados a pesquisar ocupações no Google Imagens e, em seguida, realizaram tarefas para verificar seu preconceito. Aqueles que procuraram imagens mostraram um viés inconsciente mais forte, que pareceu durar dias após o experimento.
As descobertas são relatadas em um novo estudo, “Imagens online amplificam o preconceito de gênero”, publicado em Natureza.