Os cientistas afirmam que pequenos insetos podem auxiliá-los a impedir o crescimento de tumores cerebrais.
Especialistas do Centro de Excelência em Pesquisa de Tumores Cerebrais da Universidade de Plymouth conseguiram identificar e examinar células nos primeiros estágios de crescimento usando a mosca da fruta Drosophila como modelo.
O trabalho realizado está auxiliando a aprofundar a compreensão dos tumores de glioma, que incluem tipos de alto grau, como o glioblastoma.
O glioblastoma tem uma baixa taxa de sobrevivência e os tumores crescem rapidamente, invadindo e destruindo tecidos saudáveis. Eles podem ocorrer em qualquer idade, mas tendem a ser mais comuns em adultos mais velhos. Os sintomas incluem dores de cabeça que pioram progressivamente, náuseas e vômitos, visão turva ou dupla e convulsões.
Claudia Barros, líder de uma nova pesquisa publicada no EMBO Reports, afirmou que sua equipe descobriu processos de “preparação” que podem ser essenciais para auxiliar na formação e crescimento dos tumores.
Ela explicou: “A pesquisa contribui para o entendimento de como os tumores cerebrais podem se desenvolver e abriu caminhos de pesquisa para descobrir novos alvos potenciais de medicamentos para novas terapias em pacientes com tumores de glioma.
Utilizando a mosca da fruta Drosophila como modelo, conseguimos identificar e examinar células nos estágios iniciais da formação de tumores cerebrais dentro do cérebro. Estas células apresentam diferenças mais marcantes em seu cenário de equilíbrio metabólico e proteico em comparação com as células normais.”
Karen Noble, diretora de pesquisa, política e inovação da instituição de caridade Brain Tumor Research, destacou: “Ainda há muito trabalho a ser feito, mas essas descobertas iniciais são significativas porque, com mais investigação, poderiam nos auxiliar a desenvolver novos tratamentos que visem as células tumorais de forma mais eficaz e, assim, melhore os resultados para os pacientes”.
Sam Suriakumar, consultor de recrutamento autônomo e músico em meio período do sudoeste de Londres, foi diagnosticado com glioma de baixo grau após sofrer convulsões. Aos 38 anos, o tumor do homem estava sendo monitorado, porém um exame em julho passado revelou seu crescimento. Atualmente, ele está passando por quimioterapia, já tendo realizado cirurgia e radioterapia.
O pai de dois filhos comentou: “É incrível pensar que algo tão pequeno como uma mosca da fruta pode contribuir para melhorar nossa compreensão de tumores como o meu e a melhor forma de tratá-los. São notícias realmente empolgantes e servem como um lembrete importante da necessidade de um investimento maior em pesquisa para nos auxiliar a alcançar nosso objetivo de encontrar uma cura mais cedo.”