As crianças no Brasil se deparam pela primeira vez com conteúdos violentos online ainda na escola primária e os descrevem como “inevitáveis” e “inevitáveis”, de acordo com um estudo da Ofcom.
O regulador informou que as 247 crianças com as quais conversaram durante um workshop de pesquisa frequentemente encontravam conteúdo violento de jogos para maiores de 18 anos, discriminação verbal e brigas.
Todas as crianças relataram ter visto conteúdos violentos online, principalmente por meio de redes sociais, compartilhamento de vídeos, sites e aplicativos de mensagens, com muitas dizendo que isso ocorreu antes de atingirem as restrições de idade mínima das plataformas.
Compartilhar vídeos de brigas nas escolas locais e nas ruas também se tornou comum para muitas crianças, algumas por desejo de construir status online entre seus colegas e seguidores e outras para se protegerem de serem rotuladas como “diferentes” por não participarem.
Algumas crianças também mencionaram ter visto violência gráfica extrema, incluindo conteúdos relacionados a gangues, mas com menos frequência.
A Ofcom relatou que os adolescentes com os quais conversaram eram os mais propensos a compartilhar e buscar ativamente conteúdo violento, muitas vezes motivados pelo desejo de se encaixar e ganhar popularidade, devido aos altos níveis de engajamento que o conteúdo atraía.
Alguns jovens de 10 a 14 anos descreveram sentir-se pressionados não apenas a assistir conteúdo violento, mas também a achá-lo “engraçado”, temendo o isolamento de seus colegas caso não o fizessem.
As crianças mais velhas eram menos propensas a compartilhar conteúdo violento, mas isso ocorria porque pareciam estar mais insensíveis a isso.
A maioria das crianças disse que encontrou conteúdo violento de forma involuntária por meio de grandes conversas em grupo, publicações de estranhos em seus feeds de notícias ou por meio de sistemas aos quais se referiam como “o algoritmo”.
Muitos sentiram que não tinham controle sobre o conteúdo violento que lhes era sugerido, ou sobre como evitá-lo, o que poderia fazê-los se sentir chateados, ansiosos, culpados e até com medo, especialmente porque raramente o denunciavam.
Um segundo estudo para a Ofcom, realizado pela Ipsos UK e pela agência de pesquisa social Tonic, revelou que crianças e jovens que encontraram conteúdo relacionado a suicídio, automutilação e transtornos alimentares o caracterizaram como “prolífico” nas redes sociais, dizendo que tal exposição frequente contribuiu para uma “normalização coletiva e muitas vezes dessensibilização” à gravidade das questões.
Mais uma vez, as crianças e os jovens tendiam a ver inicialmente o conteúdo de forma não intencional por meio de recomendações personalizadas em seus feeds das redes sociais.
Alguns dos que vivenciaram os problemas disseram que experimentaram um agravamento dos sintomas depois de visualizarem esse conteúdo online pela primeira vez, enquanto outros descobriram técnicas de automutilação até então desconhecidas.