Os pesquisadores conseguiram eliminar o HIV das células em um laboratório, o que aumenta as esperanças de cura da doença. Utilizando a ferramenta de edição genética Crispr-Cas, que ganhou o Prêmio Nobel em 2020, os cientistas conseguiram atingir o DNA do HIV e remover todos os vestígios do vírus das células infectadas.
Essa tecnologia funciona como uma tesoura, cortando o DNA em pontos específicos para excluir genes indesejados ou introduzir novo material genético nas células. Essas descobertas representam um avanço fundamental no desenvolvimento de uma estratégia de cura.
Os pesquisadores do estudo afirmaram que o objetivo é desenvolver um regime Crispr-Cas robusto e seguro, buscando uma “cura do VIH para todos”, inativando diversas cepas do vírus em diferentes contextos celulares. Eles desenvolveram um ataque eficiente ao vírus em várias células e locais onde ele pode estar escondido.
O HIV pode infectar diversos tipos de células e tecidos no corpo, e os cientistas estão em busca de uma forma de atacar o vírus onde quer que ele esteja presente. No novo estudo, apresentado no Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, os pesquisadores focaram em partes do vírus que são comuns em todas as estirpes conhecidas do HIV.
Eles afirmam que essa abordagem visa fornecer uma terapia de amplo espectro capaz de combater eficazmente múltiplas variantes do HIV. Os pesquisadores ressaltam que seu trabalho é uma prova de conceito e que ainda não é uma cura para o HIV.
Os próximos passos envolvem otimizar a entrega para atingir a maioria das células reservatório do HIV, visando tornar o sistema seguro para aplicações clínicas futuras. A esperança é encontrar um equilíbrio entre eficácia e segurança para realizar ensaios clínicos em humanos visando desativar o reservatório do HIV.
Apesar de serem encorajadoras, as descobertas ainda não indicam uma cura funcional do HIV no horizonte, segundo os pesquisadores. O desenvolvimento dessa estratégia ainda requer mais estudos e testes para garantir sua eficácia e segurança em futuras aplicações clínicas.