Uma nova pesquisa mostrou que há um amplo apoio ao alívio da dívida estudantil nos Estados Unidos, especialmente entre a esquerda e os americanos mais jovens em geral. As questões para Joe Biden são: ele será capaz de convencê-los do que sua administração já fez? E conseguirá convencer os eleitores de que há mais em jogo?
Os dados da pesquisa divulgados pela Protect Borrowers Action na terça-feira destacaram várias dinâmicas que sustentam o debate sobre a dívida estudantil. A administração Biden buscou liquidar mais de 400 bilhões de dólares em dívidas de empréstimos estudantis, mas teve seu plano suspenso pelo Supremo Tribunal no ano passado. Mesmo assim, o Departamento de Educação continuou procurando outras formas de aliviar a dívida estudantil, já que o total da dívida federal dos estudantes americanos chega a 1,6 trilhão de dólares.
Até o final do ano passado e previsto até 2024, a administração Biden conseguiu cancelar mais de 143 bilhões de dólares dessa dívida. Recentemente, em janeiro, outros quase 5 bilhões de dólares foram acrescentados a esse total. Na semana passada, a Casa Branca anunciou que seriam perdoados 6 bilhões de dólares em empréstimos a trabalhadores do serviço público, reforçando um programa existente que alivia a dívida de quem trabalha em profissões específicas.
A pesquisa mostrou que uma parte significativa dos republicanos mais jovens acredita que algum cancelamento da dívida estudantil é necessário. Esse apoio é ainda maior entre os democratas mais jovens. Essa diferença de idade na questão vai além das fronteiras políticas típicas e pode ser crucial para a campanha de Biden, já que os americanos conservadores mais jovens são mais acessíveis politicamente do que os republicanos mais velhos.
O alívio da dívida estudantil é visto como uma questão essencial para muitos eleitores, e a administração Biden precisa focar em contar as histórias de americanos reais que foram beneficiados por esse alívio. Essas histórias podem criar uma conexão real com os eleitores e mostrar os impactos positivos dessas medidas para a sociedade como um todo.
Apesar de ter mencionado o tema brevemente em seu discurso sobre o Estado da União, a campanha de Biden ainda não investiu tempo e dinheiro significativos em promover a ideia de que o perdão da dívida estudantil pode ser uma forma de estímulo econômico. É fundamental que a administração destaque o trabalho realizado pelo Departamento de Educação de Biden nessa área e mostre de forma mais efetiva os benefícios para a economia e para os cidadãos americanos.
Segundo a pesquisa realizada, a maioria dos eleitores, independentemente da idade, acredita que o endividamento resultante do pagamento pela educação não deveria ser uma carga vitalícia. O cancelamento da dívida estudantil não apenas beneficia os indivíduos e suas famílias, mas fortalece a economia como um todo. É importante que os eleitores reconheçam a importância dessas medidas para o futuro do país.