O Telescópio Espacial James Webb da NASA fez uma descoberta incrível ao identificar as duas galáxias mais distantes já observadas, anunciou a agência espacial.
Essas galáxias são as mais antigas já registradas no universo, sendo datadas de quando o cosmos tinha apenas 300 milhões de anos. A galáxia mais distante, que estabeleceu o recorde, não só se destaca por sua distância, mas também por seu tamanho e brilho impressionantes, de acordo com especialistas – uma descoberta surpreendente que pode proporcionar insights sobre a origem do Universo.
A galáxia, conhecida como JADES-GS-z14-0, apresenta um tamanho notavelmente grande, com um diâmetro de 1.600 anos-luz. Sua luminosidade é tão intensa que se acredita possuir uma massa several centenas de milhões de vezes maior que a do nosso Sol – deixando os pesquisadores intrigados sobre como uma “galáxia tão brilhante, massiva e grande” poderia ter se formado em menos de 300 milhões de anos.
“O tamanho dessa galáxia claramente indica que a maior parte da luminosidade é gerada por um grande número de estrelas jovens”, declarou Daniel Eisenstein, professor de Harvard e chefe do departamento de astronomia. “Ao contrário do que seria esperado, ela não parece ser alimentada por material caindo em um buraco negro supermassivo localizado no centro da galáxia, o que a faria parecer muito menor.”
Isso sugere que, mesmo em seus primórdios, o Universo estava produzindo rapidamente galáxias grandes e massivas, afirmaram os cientistas. “É impressionante como o Universo conseguiu formar uma galáxia desse porte em apenas 300 milhões de anos”, disse Stefano Carniani, da Scuola Normale Superiore em Pisa, autor principal do artigo que descreve as descobertas.
Além disso, a galáxia já está “trabalhando intensamente na criação dos elementos familiares para nós na Terra”, segundo Zihao Wu, coautor de outro artigo relacionado à pesquisa. Os cientistas conseguiram verificar a presença de átomos de hidrogênio e oxigênio ao analisar os comprimentos de onda da luz emitida pela galáxia.
A descoberta representa um avanço significativo no estudo do universo primitivo, destacaram os pesquisadores. Essa conquista só foi possível graças à nova tecnologia e capacidades do telescópio Webb, pois a luz viajou pelo universo de forma a ser impossível de ser detectada sem o auxílio do telescópio espacial da NASA, conhecido como JWST.
Os cientistas esperam ser capazes de identificar ainda mais galáxias tão distantes no futuro – algumas das quais podem estar ainda mais distantes do que as descobertas até o momento.
“Esse objeto incrível demonstra que a formação de galáxias no Universo primordial era um processo muito rápido e intenso”, afirmou Ben Johnson, de Harvard. “E o JWST nos dará a oportunidade de encontrar mais dessas galáxias, talvez até de quando o universo era ainda mais jovem. É uma oportunidade única para estudar o início da formação das galáxias.”