Pessoas com fibrilação atrial (FA), um batimento cardíaco irregular comum, podem estar em maior risco de sofrer um acidente vascular cerebral ou desenvolver demência vascular do que se pensava anteriormente, de acordo com um novo estudo. A pesquisa, realizada pela Universidade de Birmingham, revelou que as ferramentas utilizadas para avaliar o risco em pacientes com FA têm apenas capacidades “modestas” e não levam em consideração outras condições relacionadas, como demência vascular.
O estudo analisou dados de mais de cinco milhões de pessoas no Reino Unido, identificando 36.340 pacientes com FA que não tinham histórico de AVC, um baixo risco percebido de AVC e não recebiam anticoagulantes orais. Durante o acompanhamento de cinco anos, foi observado que mesmo pacientes considerados de baixo risco apresentaram taxas mais altas de AVC, morte e demência vascular em comparação com pessoas saudáveis sem FA.
Os pesquisadores enfatizaram a importância de abordar a FA de forma abrangente, considerando seu impacto não apenas na prevenção de AVC, mas também em outros resultados adversos, como demência vascular. Dipak Kotecha, professor de cardiologia da Universidade de Birmingham e autor sênior do estudo, ressaltou a necessidade de desenvolver estratégias para prevenir essas condições, que representam uma preocupação crescente para pacientes e sistemas de saúde em todo o mundo.
Alastair Mobley, pesquisador PhD da Universidade de Birmingham e primeiro autor do estudo, destacou a correlação clara entre FA e demência vascular, sugerindo que os mecanismos subjacentes podem ser semelhantes aos observados na associação entre FA e AVC. Ele também mencionou ensaios clínicos em andamento, como o DaRe2THINK, que está investigando o uso de anticoagulantes em pacientes de baixo risco como uma possível forma de prevenir esses resultados negativos.
A FA é uma condição cardíaca que causa ritmo cardíaco irregular e muitas vezes acelerado, afetando milhões de pessoas em todo o mundo. É associada ao desenvolvimento de coágulos sanguíneos, aumentando o risco de AVC e outras complicações. Apesar das várias ferramentas disponíveis para avaliar o risco de AVC em pacientes com FA, os pesquisadores ressaltaram a necessidade de mais estudos para determinar se o uso precoce de anticoagulantes poderia beneficiar esses pacientes e prevenir resultados adversos.
Em resumo, o estudo destaca a importância de uma abordagem abrangente no tratamento da FA, levando em consideração não apenas o risco de AVC, mas também de demência vascular e outras complicações. A pesquisa aponta para a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes e destaca a importância de ensaios clínicos para avaliar novas abordagens terapêuticas. Com essas descobertas, espera-se melhorar o manejo da FA e reduzir o impacto negativo dessa condição no bem-estar dos pacientes.