A crise no NHS durante o inverno e os cuidados inadequados nos corredores não serão resolvidos imediatamente sob um governo trabalhista, conforme admitiu Wes Streeting, secretário paralelo da saúde.
Ele afirmou que o partido não tem uma “varinha mágica” para resolver todos os problemas de saúde, mas se comprometeu a cumprir as metas de atendimento de emergência nos próximos cinco anos.
Em um evento da Associação de Jornalistas Médicos, Streeting mencionou que o foco seria desobstruir leitos hospitalares direcionando verbas do NHS para cuidados sociais, possibilitando altas mais rápidas para os pacientes.
Também alertou que ceder às demandas salariais dos médicos juniores, que pedem um aumento de 35%, resultaria em pressões contínuas por aumentos salariais anualmente.
Streeting afirmou aos repórteres: “Se o Partido Trabalhista prometesse que todos os problemas seriam resolvidos imediatamente após o voto, as pessoas não acreditariam em nós. Nós não temos uma varinha mágica, mas temos um plano e um histórico para começar a resolver essas questões.”
O objetivo estabelecido é que 95% dos pacientes sejam atendidos no pronto-socorro em até quatro horas, algo que o NHS não tem alcançado desde o último governo trabalhista.
No ano passado, o Independent divulgou que o “atendimento nos corredores” se tornou rotina no NHS, devido à falta de leitos e ao aumento dos tempos de espera. Streeting reconheceu que a situação é inaceitável e que solucionar o problema não será imediato se o Partido Trabalhista for eleito.
Ainda assim, ele mencionou que há soluções imediatas a serem exploradas, como reduzir as altas atrasadas e promover uma maior integração entre o NHS e os serviços de assistência social.
Streeting ressaltou que muitas das soluções para desobstruir os corredores hospitalares estão fora do ambiente hospitalar e que é necessário um esforço conjunto entre diferentes setores para melhorar o fluxo de pacientes.
Ele enfatizou que a reforma da assistência social é um desafio de longo prazo e que pretende iniciar discussões entre os partidos para desenvolver uma solução viável.
Streeting fez um apelo aos médicos juniores para que não entrassem em greve durante as eleições gerais e reiterou sua posição de não ceder às demandas iniciais por aumento salarial de 35%.
As greves já custaram cerca de £3 bilhões ao NHS, e Streeting afirmou que atender às demandas salariais dos médicos poderia resultar em novas solicitações no próximo ano.
Para Streeting, é fundamental priorizar os interesses dos pacientes em qualquer negociação com sindicatos, como a Associação Médica Britânica.