Acordo Proposto por Trump entre Ucrânia e Rússia: O que Está em Jogo

Acordo Proposto por Trump entre Ucrânia e Rússia: O que Está em Jogo
Putin, Trump e Zelensky

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Trump divulga proposta de acordo entre Ucrânia e Rússia; Zelensky analisa pontos do plano e seus impactos políticos e territoriais.

Em novembro de 2025, o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, apresentou à Ucrânia um esboço de plano de paz com a Rússia. Segundo as fontes, o gabinete de Volodymyr Zelensky recebeu a proposta, que inclui concessões territoriais significativas para Moscou.

A iniciativa gerou reação mista: por um lado, há a promessa de revitalizar a diplomacia e buscar uma saída para um conflito que perdura há anos. Por outro, os termos sugeridos levantam sérias preocupações sobre a integridade territorial da Ucrânia e a natureza das garantias de segurança oferecidas.

Ucrânia e Russia

Concessões Previstas no Plano (por ambos os lados)

Embora o foco principal do plano seja a busca por uma paz negociada, alguns pontos exigem concessões pesadas de ambos os lados. Aqui estão as principais:

Para a Ucrânia:

  1. Reconhecimento da soberania da Rússia sobre a Crimeia, Donbass e outras áreas ocupadas.
  2. Criação de zonas desmilitarizadas nas regiões de retirada ucraniana.
  3. Redução do tamanho do exército ucraniano (relatórios apontam para um teto de cerca de 600 mil soldados).
  4. Proibição da entrada futura da Ucrânia na OTAN, segundo exige o plano.
  5. Suspensão ou flexibilização das sanções à Rússia, conforme parte da proposta.
  6. Possível reconhecimento de direitos linguísticos ou culturais para a Rússia (algumas fontes mencionam até tornar o russo uma língua oficial, segundo interpretações do documento).

Para a Rússia:

  1. Reintegração diplomática e econômica: parte do plano prevê que a Rússia volte a ter status internacional mais favorável, inclusive potencial retorno ao G-8 segundo alguns relatos.
  2. Garantias de não-agressão mais robustas, oficialmente reconhecidas por outras potências, condicionadas ao cumprimento das cláusulas de paz.
  3. Compartilhamento da energia da usina nuclear de Zaporizhzhia: segundo planos vazados, parte da produção poderia ser compartilhada entre Rússia e Ucrânia sob supervisão de agências internacionais.
  4. Uso de bens congelados: fundos russos congelados (como os que estão bloqueados por sanções) seriam parcialmente destinados à reconstrução da Ucrânia ou investimentos bilaterais, criando incentivo econômico mútuo.
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Principais riscos e críticas

  1. Soberania ucraniana em risco: Muitos analistas e líderes ucranianos veem as concessões territoriais como uma capitulação, uma vez que a Ucrânia estaria reconhecendo, de fato, perdas definidas para Moscou.
  2. Garantias de segurança pouco confiáveis: Ainda que o plano proponha “garantias confiáveis” para a Ucrânia, não está claro se haveria compromisso efetivo de intervenção militar futura por parte dos EUA ou Europa, ou se seriam apenas promessas diplomáticas.
  3. Desmilitarização e vulnerabilidade: Reduzir o exército para 600 mil soldados, especialmente em um país em guerra, pode enfraquecer a capacidade de defesa da Ucrânia. Além disso, a proibição de aderir à OTAN limita uma das principais vias de segurança internacional para o país.
  4. Retorno da Rússia ao status pré-sanções: Permitir que a Rússia retorne a blocos como o G-8 e alivie sanções pode ser visto como recompensa por agressão, o que poderia desincentivar futuras resoluções diplomáticas mais justas, segundo críticos.
  5. Desconfiança interna: Zelensky já afirmou que analisará a proposta “tecnicamente” e que condições fundamentais não podem ser violadas (“soberania, independência e garantias para evitar nova invasão”).
Zelensky vs Putin

Por que Trump está por trás desse plano — e o que motiva os EUA

  • Interesse geopolítico: Trump parece buscar um papel como mediador de paz, o que poderia reforçar sua imagem internacional.
  • Pressão sobre a Ucrânia: A proposta dos EUA coloca Kiev em uma posição difícil — aceitar o plano significa ceder muito, mas rejeitá-lo pode significar perder apoio externo.
  • Aproximação Rússia–Ocidente: Parte do plano visa reintegrar economicamente a Rússia, criando incentivos para que Moscou reduza a agressão futura.
  • Reconstrução econômica: O uso de ativos russos congelados para reconstruir a Ucrânia pode ser uma forma de transformar sanções em investimento estruturado, com participação ocidental.
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Reações

  • Zelensky: Disse estar “pronto para um trabalho claro e honesto” com os EUA, mas deixou claro que a paz deve respeitar a dignidade e a independência da Ucrânia.
  • Putin: Afirmou que recebeu o plano, mas que nenhum detalhe “foi discutido concretamente” até agora.
  • Aliados europeus: Já há relutância, porque alguns veem as propostas como muito favoráveis à Rússia e preocupam-se com o impacto sobre a arquitetura de segurança europeia.

Portanto, o plano de paz proposto por Trump representa uma oportunidade diplomática, mas carrega riscos geopolíticos enormes. Para a Ucrânia, aceitar as concessões significa abrir mão de partes estratégicas do território, limitar suas Forças Armadas e renunciar à possibilidade de entrada na OTAN — tudo isso, mesmo com promessas de garantias de segurança.

Por outro lado, a Rússia poderia recuperar parte de seu status internacional e econômico, fortalecendo-se diplomaticamente. Se bem-sucedido, o acordo poderia trazer uma trégua duradoura, mas se fracassar, pode se tornar mais um capítulo de tensões agravadas.

Para Zelensky, o desafio será conciliar a necessidade de paz com a preservação da soberania ucraniana — enquanto para Trump, é uma aposta de poder diplomático com riscos estratégicos profundos.

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