Brasil inaugura maior biofábrica de mosquitos do mundo
Curitiba recebe a maior biofábrica de mosquitos do mundo, com capacidade de 100 milhões de ovos por semana. Entenda objetivo e impactos.
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A maior biofábrica de mosquitos do mundo está no Brasil
Em julho de 2025, foi inaugurada em Curitiba (PR) a maior biofábrica de mosquitos do mundo, batizada de Wolbito do Brasil.
A unidade tem capacidade de produzir 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, resultado de uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Fiocruz, o Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), a Wolbito e o World Mosquito Program.
O objetivo declarado é claro: combater o Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya, doenças que atingem milhões de brasileiros todos os anos.
Como funciona a biofábrica de mosquitos
Os mosquitos criados nessas biofábricas passam por um processo de modificação:
- Recebem a bactéria Wolbachia, que impede que o Aedes aegypti transmita vírus.
- Após serem liberados em áreas urbanas, eles se reproduzem com os mosquitos locais.
- A nova geração nasce com a mesma bactéria, reduzindo drasticamente a transmissão das doenças.
Essa técnica vem sendo aplicada em cidades como Niterói (RJ) e Rio de Janeiro, com estudos apontando redução significativa de casos de dengue.
Histórico da iniciativa no Brasil
Antes de Curitiba, biofábricas já funcionavam em Piracicaba e Campinas (SP), operadas pela empresa Oxitec.
A novidade é que a unidade paranaense é, oficialmente, a maior do planeta, com potencial de expandir a tecnologia para todo o território nacional.
Por que essa medida é necessária?
O Brasil enfrenta ciclos recorrentes de epidemias de dengue.
Em 2024, por exemplo, o país registrou mais de 5 milhões de casos prováveis, segundo o Ministério da Saúde, além de milhares de internações por complicações ligadas à doença.
Com a dificuldade de eliminar os criadouros do mosquito, estratégias inovadoras passaram a ser adotadas como complemento ao trabalho de campo.
Críticas e questionamentos
Apesar do discurso oficial, projetos envolvendo mosquitos geneticamente modificados ou infectados com bactérias costumam gerar polêmica.
Entre os pontos levantados por críticos:
- Possíveis impactos ambientais ainda não totalmente mapeados.
- Dependência de tecnologias externas e parcerias internacionais.
- Questões éticas sobre a manipulação genética em larga escala.
As autoridades reforçam que todos os testes passaram por aprovação da Anvisa e da Fiocruz, garantindo a segurança da técnica.
O que esperar daqui para frente?
Com a inauguração da biofábrica em Curitiba, o Brasil dá um passo à frente no controle biológico de doenças tropicais.
Especialistas acreditam que a estratégia pode reduzir significativamente os surtos de dengue em grandes centros urbanos.
Ainda assim, o desafio permanece: sem o engajamento da população no combate aos criadouros do mosquito, nenhuma tecnologia será suficiente sozinha.
Conclusão
A Wolbito do Brasil, em Curitiba, coloca o país no centro de um debate mundial sobre o uso da biotecnologia para enfrentar problemas de saúde pública.
Se por um lado representa inovação científica e esperança contra epidemias, por outro levanta dúvidas que precisam ser acompanhadas de perto pela sociedade e pela comunidade científica.
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