China aprova regra que pode exigir diploma de influenciadores digitais
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Nova regra na China exige diploma ou credencial profissional para influenciadores falarem sobre certos temas e levanta debate global.
A China aprovou uma nova norma que promete provocar mudanças significativas no uso das redes sociais no país. A regra estabelece que influenciadores digitais deverão apresentar diploma ou credencial profissional para tratar de determinados assuntos considerados técnicos ou sensíveis, como saúde, finanças, educação, direito e política.
Segundo o governo chinês, a medida tem como principal objetivo combater a desinformação e ampliar a confiabilidade das informações divulgadas nas plataformas digitais, especialmente em áreas que podem impactar diretamente a vida da população.
O que determina a nova regra
De acordo com as diretrizes divulgadas pelas autoridades, criadores de conteúdo que abordam temas técnicos precisarão comprovar formação ou certificação compatível com o assunto tratado. Na prática, isso significa que:
- Influenciadores da área de saúde precisarão ter formação na área ou credencial equivalente
- Criadores de conteúdo sobre investimentos e finanças deverão comprovar conhecimento técnico
- Conteúdos jurídicos, educacionais e políticos passam a ter critérios mais rígidos
- Plataformas digitais serão responsabilizadas pela fiscalização do conteúdo publicado
O descumprimento das regras pode resultar na remoção de publicações, suspensão de contas e aplicação de sanções administrativas.

Combate à desinformação como justificativa
Autoridades chinesas afirmam que a decisão foi motivada pelo aumento da disseminação de informações falsas e conselhos inadequados nas redes sociais. Em áreas como saúde e economia, conteúdos incorretos podem gerar prejuízos financeiros, riscos à saúde e decisões equivocadas por parte do público.
O governo também destaca que muitos influenciadores passaram a atuar como “especialistas” sem qualquer base técnica, o que aumentaria o risco de fraudes e informações enganosas.
Críticas e preocupações
Apesar da justificativa oficial, a nova regra gerou críticas de especialistas e organizações que acompanham a liberdade de expressão. Para esses grupos, a exigência de diploma pode funcionar como uma forma de restrição indireta ao debate público, ao limitar quem pode se manifestar sobre determinados temas.
Outro ponto levantado é a falta de clareza sobre quais assuntos serão considerados sensíveis e quem fará essa definição. Críticos apontam que a medida pode ser usada para ampliar o controle do discurso online no país.
Nas redes sociais chinesas, as reações foram divididas. Parte dos usuários apoiou a decisão, argumentando que a internet precisa de mais critérios e responsabilidade, principalmente diante da popularização de conteúdos enganosos e promessas irreais.
Por outro lado, influenciadores demonstraram preocupação com a possibilidade de perda de espaço, especialmente para criadores independentes ou iniciantes, que podem encontrar dificuldades para atender às novas exigências.
A medida também impõe novos desafios às empresas de tecnologia. As plataformas deverão implementar mecanismos de verificação de credenciais, ampliar o monitoramento de conteúdos e responder de forma mais rigorosa às exigências do governo.
Essas mudanças podem alterar o funcionamento do ecossistema digital no país e aumentar os custos operacionais das empresas do setor.
Debate ganha dimensão internacional
A iniciativa chinesa reacendeu discussões em outros países sobre a regulamentação de influenciadores digitais. Embora a exigência de diploma ainda seja rara fora da China, cresce o debate sobre a responsabilidade de criadores de conteúdo e o papel das plataformas no combate à desinformação.
Especialistas avaliam que a regra pode servir como referência para futuras legislações ou como exemplo dos riscos de intervenções excessivas no ambiente digital.
A nova diretriz sinaliza uma transformação no papel dos influenciadores na China, aproximando a produção de conteúdo digital de modelos mais regulados. Ao mesmo tempo, o debate sobre liberdade de expressão, controle estatal e responsabilidade informativa segue aberto.
O impacto real da medida dependerá de como a regra será aplicada na prática e dos critérios adotados para definir quem poderá ou não falar sobre determinados assuntos nas redes sociais.
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