Alex Ferreira está prestes a estrear no Vive Latino Festival, que tanto conhece e admira.
“Estou super empolgado”, disse ele em uma entrevista recente na Cidade do México. “Sei perfeitamente o que o Vive representa para a Cidade do México como festival, para mim é o festival da cidade. Já participei de vários Vives como convidado, com a Ximena Sariñana, ano passado joguei com o Gepe, com a Daniela Spalla, com a Elsa e o Elmar, mas nunca tinham me dado uma bola”.
Ferreira vai aparecer na tarde de sábado na Tenda dos Intolerantes e anunciou que vai ter convidados, embora não tenha revelado quem serão. No sábado, eles também se apresentarão no Vive La Santa Cecilia, Interior Astronomy, Carla Morrison, Café Tacvba e Alemán.
Domingo vai continuar com as apresentações dos Red Hot Chili Peppers, Enjambre, Elsa e Elmar, Guitarricadelafuente e Gayle.
Ferreira apresentará ao vivo o seu mais recente single, “De verdad”, bem como temas do seu mais recente álbum “En lo que llega la primavera” de 2022.
Em “De verdad”, cujo vídeo está prestes a ser lançado, Ferreira fala sobre não perder tempo numa relação, mensagem que se pode estender a não perder tempo preso nas redes sociais ou procrastinar pela vida.
“Estamos na era de perder tempo com coisas estúpidas”, disse ele. “Certeza é uma mentira, um holograma, a única coisa certa é o presente ou a morte, mas quando se tem certeza em outra pessoa, em compartilhar, bem, acho que muitas pessoas podem se identificar com isso.”
“En lo que llega la primavera” inclui a música “La verbena y el moriviví”, cujo título foi tirado do nome de uma planta da República Dominicana sensível ao toque, pelo que Ferreira considera “mágica”.
“Se você tocar, ela se contrai, parece que murcha, a planta treme… Chamam de moriviví porque a planta morre e volta a viver”, disse. “Gravamos no meu aniversário, é uma música super especial.”
Dia 23 de março Ferreira completa 40 anos. “A idade só importa se você é um vinho ou um queijo”, disse entusiasmado ao entrar no famoso quarto andar. “Não costumo pensar muito nisso, na minha cabeça tenho uma idade emocional de 23 anos e uma inteligência de 18”, acrescentou em tom de brincadeira.
Ferreira é músico autodidata, cresceu ouvindo Jorge Drexler, Caetano Veloso, El Kanka, Pedro Guerra. Ele mora no México há uma década, na qual também esteve em contato próximo com a música regional mexicana, algo que se reflete em sua música “Amor de paso”.
“Com muito respeito, eu não chamaria de ranchera, mas é verdade que nos anos que estou aqui no México ouço José Alfredo Jiménez, corridos, agora gosto muito de corridos deitados”, disse ele.
“O meu projeto é um projeto meio degenerado, não tem gênero, sou cantor e compositor no final das contas, o importante é a música, como vesti-la. Nesse sentido, tomo a liberdade até de usar, claro, elementos rítmicos tropicais caribenhos, além de outras coisas mais anglo-saxônicas, ou européias, eletrônicas, rock”, destacou.
A variedade dos gostos de Ferreira fica patente em “Como una flecha”, com toques de blues, e em “Hubo algo”, uma canção sobre a zona cinzenta entre o amor e a amizade, influenciada pela música disco. “Hubo algo” foi feito em colaboração com a cantora mexicana Vanessa Zamora, de Tijuana.
“Ele me ajudou a resgatá-la porque eu não gostava da música até que ela cantou e fizemos aquela colaboração que gosto muito”, disse ele. “Nas redes sociais chamam de música do ‘quase alguma coisa’, tem aquela frase ‘nunca foram nada, mas sempre houve alguma coisa’, são aquelas relações que nunca se concretizam, mas estão sempre lá.”
A cantora e compositora mexicana Silvana Estrada é sua convidada para “Ni una cosa ni la otra”.
“Ela é uma influência para mim, meus amigos já são minha influência, isso é incrível”, disse ele. “Eu a amo, eu a adoro. O plano não era ela estar no disco, mas ela fez algo que ficou bem perceptível que era ela. A Silvana tem tanta personalidade e tanta presença que na hora de cantar é muito difícil ela soar como um coro, é a Silvana e pronto, ela tem aquela voz super reconhecível, linda e prodigiosa”.
Ferreira se apresentou recentemente no Isle of Light Festival, na República Dominicana. Depois de seu show no Vive Latino, ele se apresentará em Tijuana e San Luis Potosí no México, bem como no Estéreo Picnic Festival em Bogotá. Posteriormente viajará para o Chile e Argentina.
“Este ano há muito trabalho”, disse ele. “Vou lançar música a cada dois meses.”