Europa Reage ao Plano dos EUA e Lança Proposta própria para o Fim da Guerra

Europa Reage ao Plano dos EUA e Lança Proposta própria para o Fim da Guerra
Líderes Europeus em Kiev

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Alemanha, França e Reino Unido propõem plano alternativo à paz na Ucrânia com limites militares, garantias OTAN e negociação territorial.

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A crise diplomática em torno da guerra na Ucrânia ganhou um novo capítulo nesta semana, com Alemanha, França e Reino Unido apresentando uma contraproposta importante aos Estados Unidos durante negociações realizadas em Genebra. A ideia europeia busca redefinir alguns dos pontos mais controversos do plano americano para um acordo de paz, alterando limites militares, garantias de segurança e a forma de negociar território

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Um plano europeu diferente

De acordo com o documento europeu, os parceiros pedem que as negociações territoriais comecem a partir da “linha de contato” atual entre Rússia e Ucrânia, em vez de reconhecer imediatamente territórios ocupados como parte da Rússia — proposta presente no plano dos EUA.

Além disso, os europeus querem que a Ucrânia limite seu efetivo militar a 800 mil soldados em tempos de paz, diferente da limitação de 600 mil proposta pelos americanos.

Outro ponto é a garantia de segurança semelhante ao artigo 5 da OTAN: os países europeus desejam que os EUA se comprometam formalmente a defender a Ucrânia caso ela seja atacada, como ocorre entre membros da Aliança Atlântica.

Concessões Financeiras e de Reconstrução

No plano europeu, há também a sugestão de usar ativos russos congelados para financiar a reconstrução da Ucrânia após a guerra. Essa medida serviria como compensação por parte da Rússia.

Além disso, os europeus propõem que a Ucrânia se comprometa a não retomar territórios ocupados por meios militares, reforçando um caminho diplomático para retomar a integridade territorial. E, para garantir legitimidade democrática, a proposta prevê eleições na Ucrânia logo após a assinatura de um acordo de paz.

Reações dos EUA e da Ucrânia

Após o encontro de Genebra, os Estados Unidos emitiram uma nota conjunta com a Ucrânia, dizendo que as conversas foram “construtivas” e que um plano “atualizado e refinado” está em desenvolvimento. Segundo o comunicado, EUA e Ucrânia continuarão dialogando com os aliados europeus enquanto avançam nas negociações.

Já o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recebeu o esboço do plano americano e se prepara para discutir os termos com Donald Trump nos próximos dias. Segundo o gabinete de Zelensky, há disposição de “trabalhar de forma construtiva com os EUA e a Europa para chegar a uma paz duradoura.”

Casa Branca / Washington DC - EUA

Pressões sobre a Europa

A contraproposta europeia revela a complexidade crescente da posição dos países europeus no conflito: embora apoiem a Ucrânia firmemente, também querem garantir que seus interesses — de segurança, diplomacia e reconstrução — sejam considerados por Washington.

Especialistas apontam que a Europa teme ser deixada de lado caso os EUA façam um acordo diretamente com a Rússia, além de querer evitar que a Ucrânia fique vulnerável a novas agressões sem proteção.

Uma peça estratégica chave no plano europeu é a Reinício 2030 (Readiness 2030), uma iniciativa de defesa para reforçar a autonomia militar da UE.

Desafios e riscos

Apesar da proposta europeia oferecer uma alternativa mais equilibrada, ela também carrega riscos:

  • Não há garantias de que a Rússia aceitará discutir concessões territoriais, especialmente a partir da linha de contato atual.
  • Limitar o exército ucraniano pode ser visto como uma ameaça à capacidade de autodefesa de Kyiv.
  • A promessa de garantias semelhantes ao Artigo 5 depende do apoio contínuo dos EUA — e qualquer recuo dos americanos pode desestabilizar o acordo.
  • O uso de ativos russos para reconstrução pode sofrer resistência internacional ou legal.

A contraproposta europeia é emblemática porque mostra uma Europa mais ativa e com voz própria nas negociações de paz. Não é apenas uma reação aos Estados Unidos, mas uma tentativa de moldar um futuro onde a segurança da Ucrânia esteja mais diretamente vinculada ao continente.

Se esse plano for aceito, pode criar um novo paradigma de paz, no qual os europeus assumem papel central, não apenas como apoiadores, mas como garantidores. Por outro lado, se as tensões aumentarem, a discordância entre EUA e aliados pode enfraquecer a unidade ocidental em um momento crítico.

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