As autoridades haitianas trabalharam durante a noite para remover prédios destruídos, enquanto a busca por sobreviventes presos nos escombros começa após um terremoto devastador que matou mais de 300 pessoas.
O terremoto de magnitude 7,2 destruiu centenas de casas e feriu mais de 1.800 pessoas no sábado no país caribenho que ainda está se recuperando de outro grande choque há 11 anos.
O país também enfrenta uma crise política, na ausência de um chefe de Estado, após o assassinato de seu presidente Jovenel Moïse, que as autoridades dizem ter sido executado por um grupo de mercenários colombianos e cúmplices haitianos, no mês passado.
As autoridades registraram pelo menos 304 mortes até a noite de sábado devido ao terremoto, que atingiu com mais força no sudoeste do Haiti, principalmente na cidade de Les Cayes.
Igrejas, hotéis, hospitais e escolas foram seriamente danificados ou destruídos, enquanto as paredes de uma prisão foram quebradas pelos violentos estremecimentos que atingiram o país.
“Precisamos mostrar muita solidariedade com a emergência”, disse Ariel Henry, o primeiro-ministro do país, em um comunicado.
Imagens postadas nas redes sociais no sábado mostraram residentes lutando para retirar pessoas chocadas e perturbadas dos destroços de paredes e telhados que foram destruídos pelo terremoto.
O choque foi um lembrete indesejado para muitos haitianos do desastroso terremoto de magnitude 7,0 em 2010 que atingiu muito mais perto da capital do país, Porto Príncipe, matando dezenas de milhares de pessoas.
Embora o número exato de mortos desse terremoto seja desconhecido, estima-se que o choque matou cerca de 220.000 pessoas, deixando cerca de 1,5 milhão de pessoas desabrigadas e danificando dezenas de milhares de casas e edifícios.
Um porta-voz da organização internacional de desenvolvimento ActionAid disse que o desastre de sábado “traria de volta o trauma” do terremoto de 2010.
“Este terremoto mortal destruiu casas e infraestrutura em algumas das comunidades mais vulneráveis e marginalizadas do Haiti”, disse Angeline Annesteus, diretora nacional da ActionAid Haiti.
“Em Jérémie, uma das áreas mais afetadas, nossa equipe está ajudando nos esforços de resgate enquanto as famílias tentam desesperadamente retirar seus entes queridos dos escombros. Infelizmente, esperamos que o número de mortos continue a aumentar. ”
A Sra. Annesteus acrescentou: “Mulheres e meninas já estão enfrentando o impacto das múltiplas crises que o Haiti enfrenta, incluindo o aumento da fome, instabilidade política e violência de gangues. As consequências devastadoras deste terremoto podem levar muito mais famílias à pobreza e à fome. ”
Após o assassinato de Moise no mês passado, havia esperanças de realizar uma eleição para um novo presidente o mais rápido possível.
No entanto, o desastre natural de sábado provavelmente tornará mais difícil a tarefa de realizar eleições imediatas, com as autoridades já trabalhando com o prazo de novembro em mente.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no sábado que estava “triste” com a notícia da destruição, ao prometer que seu governo enviaria ajuda ao Haiti.
“Enviamos nossas mais profundas condolências a todos aqueles que perderam um ente querido ou viram suas casas e empresas destruídas”, disse Biden em um comunicado.
“Autorizei uma resposta imediata dos EUA e nomeei a Administradora da USAID, Samantha Power, como a autoridade sênior dos EUA para coordenar esse esforço.”
Ele acrescentou: “Por meio da USAID, estamos apoiando os esforços para avaliar os danos e ajudar os esforços para recuperar aqueles que foram feridos e aqueles que agora devem reconstruir.”
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