O carro de um proeminente romancista pró-Kremlin explodiu na Rússia no sábado, ferindo-o e matando seu motorista, informou a agência de notícias estatal russa Tass, citando autoridades de emergência e policiais.
O incidente envolvendo o carro de Zakhar Prilepin, conhecido escritor nacionalista e fervoroso defensor do que o Kremlin chama de “operação militar especial” na Ucrânia, ocorreu na região de Nizhny Novgorod, cerca de 400 quilômetros (250 milhas) a leste de Moscou.
É a terceira explosão envolvendo proeminentes figuras pró-Kremlin desde o início da guerra na Ucrânia.
Em agosto de 2022, um carro-bomba nos arredores de Moscou matou Daria Dugina, filha de um influente teórico político russo, frequentemente referido como “o cérebro de Putin”. As autoridades alegaram que a Ucrânia estava por trás da explosão.
No mês passado, uma explosão em um café em São Petersburgo matou um popular blogueiro militar, Vladlen Tatarsky. As autoridades mais uma vez culparam as agências de inteligência ucranianas por orquestrar isso.
Tass citou os porta-vozes de Prilepin dizendo que ele estava “ok”. Não foram repassados detalhes sobre a extensão dos ferimentos.
A agência de notícias russa RBC informou, citando fontes não identificadas, que no sábado, Prilepin estava voltando para Moscou das regiões parcialmente ocupadas de Donetsk e Luhansk na Ucrânia e parou na região de Nizhny Novogorod para uma refeição.
A polícia está investigando o incidente, disse o relatório.
Prilepin tornou-se um apoiador do presidente russo, Vladimir Putin, em 2014, depois que Putin anexou ilegalmente a península da Criméia. Ele esteve envolvido no conflito no leste da Ucrânia ao lado dos separatistas apoiados pela Rússia. No ano passado, ele foi sancionado pela União Européia por seu apoio à invasão da Ucrânia em grande escala pela Rússia.
Em 2020, ele fundou um partido político, For the Truth, que a mídia russa relatou ser apoiado pelo Kremlin. Um ano depois, o partido de Prilepin fundiu-se com o partido nacionalista Uma Rússia Justa, que tem cadeiras no parlamento.
Copresidente do partido recém-formado, Prilepin conquistou uma cadeira na Duma Estatal, a câmara baixa do parlamento russo, nas eleições de 2021, mas desistiu.
O líder do partido, Sergei Mironov, chamou o incidente de sábado de “um ato terrorista” e culpou a Ucrânia por isso. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ecoou o sentimento de Mironov em um post no aplicativo de mensagens Telegram, acrescentando que a responsabilidade é dos EUA e da OTAN.
“Washington e a OTAN alimentaram mais uma célula terrorista internacional – o regime de Kiev”, escreveu Zakharova. “Responsabilidade direta dos EUA e da Grã-Bretanha. Estamos orando por Zakhar.”