Putin diz que Rússia está disposta a cooperar com Europa, Reino Unido e EUA
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Putin diz que Rússia está aberta ao diálogo com Europa, Reino Unido e EUA, enquanto Macron defende reaproximação em meio à guerra.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que Moscou está “pronta a trabalhar” com a Europa, o Reino Unido e os Estados Unidos, mas condicionou esse diálogo a uma relação de igualdade e respeito mútuo. Segundo ele, um futuro de cooperação seria benéfico para todos, citando o legado histórico do ex-chanceler alemão Helmut Kohl sobre a importância de integração russa com o Ocidente.
Putin enfatizou que, para Moscou, relações com o Ocidente devem ser baseadas em paridade, e sugeriu que um engajamento conjunto poderia levar a ganhos mútuos. Essa fala ocorre em meio a negociações persistentes (e muitas vezes estagnadas) sobre o fim da guerra na Ucrânia, onde a Rússia mantém uma postura firme em relação às suas posições territoriais e de segurança.
Entretanto, apesar desse anúncio de disposição para trabalhar com o Ocidente, Putin também reforçou que não ofereceu compromissos concretos sobre um acordo de paz e criticou a União Europeia por tentativas de pressionar economicamente Moscou relacionadas aos ativos congelados.

Macron defende diálogo, mas alerta para postura firme da Europa
Em outra frente, o presidente da França, Emmanuel Macron, tem defendido a necessidade de que a Europa estabeleça um canal de diálogo com a Rússia, inclusive com Putin, caso as negociações lideradas pelos EUA não avancem. Macron argumenta que um engajamento europeu direto com Moscou pode ser “útil” para resolver o conflito, desde que seja conduzido de forma transparente e com a participação de Kiev e aliados.
Macron tem insistido que a Europa deve evitar fraqueza diante da Rússia e fortalecer sua autonomia estratégica inclusive em segurança, em relação tanto a Moscou quanto a Washington. Ele declarou que uma postura de fraqueza frente a ações de guerra híbrida da Rússia seria um erro e que a União Europeia precisa reforçar sua resiliência e capacidade de resposta conjunta.
No entanto, ao mesmo tempo, Macron também criticou a postura russa frente às propostas de cessar-fogo apoiadas pelos EUA e aliados europeus, afirmando que a recusa da Rússia em aceitar tais iniciativas demonstra falta de vontade real de alcançar a paz sob os termos propostos pelo Ocidente.

O contexto das declarações de Putin e Macron se insere em um quadro mais amplo de tensões contínuas entre a Rússia e o bloco ocidental, especialmente no que diz respeito à guerra na Ucrânia e às negociações de paz:
- Líderes europeus, inclusive França e Reino Unido, continuam a apoiar a Ucrânia enquanto tentam coordenar respostas junto aos EUA e outros aliados.
- O envolvimento dos EUA, por meio de negociações diretas com Moscou e iniciativas para manter a resistência ucraniana, influencia diretamente a dinâmica europeia.
- Debates internos na União Europeia giram em torno de autonomia estratégica, investimentos em defesa e a necessidade de manter unidade frente às propostas russas e pressões internacionais.

As declarações recentes de Putin e Macron ilustram dois eixos complementares da crise geopolítica atual: enquanto Moscou tenta projetar uma imagem de disponibilidade diplomática, líderes europeus como Macron enfatizam a necessidade de diálogo combinado com firmeza estratégica. Esse equilíbrio será central para qualquer avanço significativo nas negociações que cercam a guerra na Ucrânia e as relações entre Europa, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos.
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