Os cientistas descobriram diamantes antigos que forneceram novas pistas sobre a evolução da Terra.
Os pesquisadores descobriram antigos diamantes superprofundos, provenientes de minas no Brasil e na África Ocidental, que foram forjados entre 650 e 450 milhões de anos atrás, na base do supercontinente Gondwana.
A descoberta, feita por uma equipa internacional de especialistas, lança luz sobre a evolução e o movimento dos continentes da Terra durante as fases iniciais da vida complexa.
Os diamantes, devido à sua extraordinária resiliência, podem servir como registos de antigos ciclos de criação e destruição de continentes.
A doutora Karen Smit, da Wits School of Geosciences, disse que os diamantes são “extremamente raros”. Ela explicou que uma equipe de especialistas procurou usar os diamantes para entender como os primeiros continentes se formaram.
“Sabemos agora que eles podem nos dizer muito sobre todo o processo de formação do continente”, disse ela.
O estudo envolveu a datação das minúsculas inclusões de silicato e sulfureto nos diamantes para determinar como se formaram sob o supercontinente Gondwana.
Ao fazer isso, os cientistas descobriram um fenômeno geológico até então desconhecido, revelando como os continentes modernos podem ter sido formados.
“Os diamantes formaram-se a grandes profundidades abaixo de Gondwana quando o supercontinente cobria o Pólo Sul, entre 650 e 450 milhões de anos atrás”, revelou o Dr.
Ela disse que as rochas que abrigam os diamantes tornaram-se flutuantes durante o processo de formação dos diamantes, carregando o material subduzido do manto junto com os diamantes.
O material foi então integrado na base do supercontinente Gondwana, contribuindo efetivamente para o seu crescimento a partir de baixo e subsequente fragmentação para criar novos continentes.
“Há aproximadamente 120 milhões de anos, Gondwana iniciou a sua fragmentação, dando origem aos atuais oceanos, incluindo o Atlântico. Há cerca de 90 milhões de anos, os diamantes, contendo pequenas inclusões da rocha hospedeira, foram trazidos para a superfície da Terra através de violentas erupções vulcânicas”, disse o Dr. Smit.
Os locais contemporâneos destas erupções vulcânicas estão situados nos continentes fragmentados do Brasil e da África Ocidental, dois componentes significativos do antigo supercontinente Gondwana.
Isto indica que os diamantes raros se moviam ao longo de diferentes partes do antigo supercontinente à medida que este se desintegrava, efetivamente “colado” à sua base, segundo os investigadores.
“Esta intrincada história dos diamantes sublinha as suas extensas viagens, tanto vertical como horizontalmente, dentro da Terra. Eles fornecem informações sobre a formação do supercontinente e seus estágios posteriores de evolução. Isto sugere um novo modo potencial de crescimento do continente, onde material relativamente jovem funde e consolida estes antigos fragmentos continentais”, acrescentou o Dr.
A investigação tem implicações para a nossa compreensão do papel que a evolução e o movimento dos continentes desempenharam na promoção da vida na Terra, de acordo com o Dr. Smit.
“Precisamos deste tipo de investigação para compreender como os continentes evoluem e se movem. Sem continentes, não haveria vida. Esta investigação dá-nos uma ideia de como os continentes se formam e como a vida evoluiu, destacando, em última análise, o que torna o nosso planeta, a Terra, único entre os corpos celestes”, disse ela.
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