STF Proíbe Revista Íntima Vexatória em Presídios e Promove Mudanças

STF Proíbe Revista Íntima Vexatória em Presídios e Promove Mudanças

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STF Decide pelo Fim da Revista Íntima Vexatória em Presídios

Na última quarta-feira, 2 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão histórica ao acabar com a prática da revista íntima vexatória em presídios brasileiros. Esta medida, aclamada por defensores dos direitos humanos e especialistas em justiça criminal, visa garantir a dignidade dos visitantes de presos e assegurar um ambiente mais humano nas unidades prisionais. O consenso unânime dos 11 ministros, liderados pelo presidente Luís Roberto Barroso, reforça a importância da proteção contra práticas que impliquem humilhação e desnudamento.

O Contexto da Decisão

A prática da revista íntima vexatória há muito gerava controvérsias e debates. Frequentemente, os visitantes eram submetidos a procedimentos invasivos e humilhantes, levantando questões sobre a legalidade e a ética dessas abordagens. O STF, ao considerar essa prática inadmissível, declarou que provas obtidas por meio de revistas vexatórias se tornam ilícitas, reiterando um compromisso com o respeito aos direitos humanos.

O Voto Unânime

O julgamento teve início em sessões anteriores, e o placar estava em 2 a 1 a favor da irregularidade da prática. No entanto, o diálogo e as sugestões entre os ministros — especialmente entre Alexandre de Moraes e Flávio Dino — culminaram em um acordo que resultou na decisão unânime. A relatoria do caso foi do ministro Edson Fachin, que, junto a Rosa Weber, já havia se manifestado favorável ao fim das revistas vexatórias, mesmo após sua aposentadoria, seu voto continuou a ecoar na decisão final.

Novas Regras para Acesso às Visitas

Com a nova decisão, cada estado e município terá um prazo de 24 meses para equipar suas unidades prisionais com tecnologias de segurança, como raios-X, detectores de metais e scanners. Essa transformação visa substituir as revistas íntimas vexatórias por métodos mais dignos e que garantam a segurança das instalações.

Exceções à Nova Normativa

Entretanto, a nova normativa prevê situações específicas nas quais revistas íntimas poderão ocorrer, mas somente com consentimento do visitante e realizadas por profissionais de saúde qualificados. Importante destacar que essa abordagem será restrita a maiores de idade e ocorrerá em locais apropriados, longe do olhar público, minimizando assim os efeitos humilhantes da revista.

Caso a checagem íntima não seja possível e haja “indícios robustos” de que o visitante está tentando introduzir objetos ilícitos, como drogas ou armas, a visita poderá ser negada. Assim, as regras visam encontrar um equilíbrio necessário entre a segurança das instituições penitenciárias e a proteção dos direitos humanos dos visitantes.

Implicações da Decisão

A decisão do STF não abrange apenas um triunfo para os direitos civis, mas também implica em uma revisão mais ampla das práticas do sistema penitenciário brasileiro. A mudança se alinha com movimentos globais em direção à dignidade dos presos e visitantes, refletindo uma nova filosofia de gestão das instituições prisionais.

O Caso Específico de Absolvição

Como parte do contexto de revisão das práticas de revista, um caso emblemático foi recentemente decidido pelo STF: o tribunal negou provimento ao recurso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que questionava uma absolvição de uma mulher que tentou entrar em um presídio portando maconha. A absolvição se deu em decorrência da revista considerada vexatória, levando à conclusão de que a prova obtida era inválida.

Isso significa que o STF não apenas redefine normas, mas também estabelece precedentes sobre como as evidências devem ser coletadas de maneira ética e legal, reforçando princípios fundamentais do devido processo legal.

Expectativas para o Futuro

A decisão do Supremo Tribunal Federal representa uma nova era no tratamento de visitantes em unidades prisionais. A expectativa é que, com a implementação das novas tecnologias, o ambiente prisional se torne mais humano, respeitando a dignidade das pessoas que ali transitam.

Reflexão Final

Esse passo dado pelo STF ressalta a importância de transformação no sistema prisional brasileiro, impulsionando uma discussão mais ampla sobre os direitos dos presos e seus familiares. A perda de dignidade humana em prol da segurança não deve ser o caminho a ser seguido, e essa é uma mensagem clara da recente decisão do Supremo.

A prática da revista íntima vexatória é uma questão que agora faz parte do passado, enquanto o futuro caminha em direção à dignidade, respeito e proteção aos direitos humanos. Com esta decisão, espera-se que o sistema prisional possa se moldar a valores mais humanos e civilizatórios, alinhados com os direitos fundamentais garantidos pela Constituição brasileira.


Imagem: Licença gratuita

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