Vitória do PSG na Champions termina com duas mortes e centenas de prisões na França

A vitória histórica do PSG na Liga dos Campeões de 2025 terminou em tragédia, com dois mortos, centenas de feridos e mais de 500 prisões em toda a França.

Vitória do PSG na Champions termina com duas mortes e centenas de prisões na França
Vitória do PSG na Champions termina com duas mortes e centenas de prisões na França

Publicidade

O que era para ser uma noite memorável para o futebol francês terminou com cenas de caos, violência e luto. No sábado, 31 de maio de 2025, o Paris Saint-Germain entrou para a história ao conquistar sua primeira Liga dos Campeões da UEFA com uma vitória avassaladora de 5 a 0 sobre a Inter de Milão. Mas a euforia das comemorações rapidamente se transformou em pesadelo: dois torcedores morreram, um policial ficou em coma induzido e centenas de pessoas foram presas em várias cidades da França.

A pergunta que paira no ar: como uma celebração que começou com luzes, alegria e orgulho nacional acabou sendo marcada por violência e destruição?


PSG goleia a Inter de Milão e conquista a Liga dos Campeões de forma histórica

O jogo que mudou a história do clube parisiense

Na Allianz Arena, em Munique, o PSG protagonizou uma das finais mais dominantes da história da Champions League. O placar de 5 a 0 não apenas quebrou recordes, como também simbolizou a transformação estratégica do clube.

  • Gol de Hakimi aos 12 minutos, abrindo o caminho contra seu ex-clube.
  • Désiré Doué, de apenas 19 anos, marcou dois gols, tornando-se o primeiro adolescente a fazer isso numa final desde Eusébio, em 1962.
  • Khvicha Kvaratskhelia e Senny Mayulu, este último vindo do banco, completaram o massacre.

Com isso, o PSG tornou-se o segundo clube francês a vencer a Champions League, ao lado do Olympique de Marseille (1993), e garantiu a tríplice coroa na temporada (Ligue 1, Coupe de France e Champions).

“Essa vitória é fruto de uma reconstrução consciente e corajosa”, declarou Luis Enrique, técnico da equipe, após o jogo.

A festa começou em Paris com luzes, gritos e emoção

Torre Eiffel se transforma no símbolo da conquista

A Torre Eiffel foi iluminada nas cores do PSG logo após o apito final. A frase "Allez Paris!" já havia sido exibida na véspera da final, mas a noite da vitória levou milhares às ruas de Paris, especialmente na Place de la Bastille.

  • Torcedores escalavam monumentos históricos.
  • Sinalizadores e fogos de artifício tomavam o céu.
  • Bandeiras azul e vermelha tremulavam de janelas e varandas.

Uma cidade em êxtase... por algumas horas

Em meio aos gritos de "Paris est magique!" e coros em uníssono, o que parecia um conto de fadas futebolístico logo foi substituído por cenas alarmantes de vandalismo, agressões e confrontos com a polícia.


Dois mortos, centenas de feridos e uma nação em choque

O garoto de 17 anos e o acidente fatal com a scooter

O primeiro incidente trágico aconteceu em Dax, sudoeste da França. Um jovem de 17 anos foi esfaqueado até a morte durante as comemorações. A polícia local ainda investiga as circunstâncias, mas tudo indica que ele não conhecia o agressor.

Já em Paris, um homem na casa dos 20 anos morreu ao colidir sua scooter com um carro durante as festividades. O motorista do veículo foi preso.

Policial em coma e mais de 190 feridos em Paris

Em Coutances, noroeste da França, um policial foi atingido nos olhos por fogos de artifício e permanece em coma induzido.

Somente em Paris:

  • 192 pessoas ficaram feridas, incluindo 22 agentes de segurança.
  • 264 veículos foram incendiados.
  • 491 prisões realizadas, parte de um total de 559 em todo o país.
“Essas ações não têm relação com o esporte. São atos criminosos que usaram o futebol como pretexto”, disse Laurent Nuñez, chefe de polícia de Paris.

O que levou à escalada da violência?

Festas descentralizadas e falta de controle

A celebração aconteceu simultaneamente em dezenas de cidades francesas, dificultando o monitoramento. Muitos eventos foram espontâneos, sem organização ou apoio de segurança municipal.

  • O policiamento foi insuficiente.
  • Grupos organizados de vândalos se infiltraram entre os torcedores.
  • Houve uso indiscriminado de explosivos caseiros.

Crise social e polarização política

Especialistas em comportamento social apontam que a euforia coletiva pode ser rapidamente desviada por tensões acumuladas — desde o desemprego juvenil à crise habitacional nas periferias.

“Essas comemorações canalizaram frustrações sociais reprimidas. O futebol virou válvula de escape para uma juventude esquecida pelo Estado”, afirma a socióloga Marie Lefèvre.
Em Paris

O legado ambíguo da noite histórica do PSG

Glória esportiva ofuscada por tragédia

Apesar da consagração nos gramados, o PSG acordou no dia seguinte com uma cobertura midiática dividida: o time heróico de Luis Enrique compartilhou espaço com manchetes de mortes, destruição e prisões.

  • BBC, France24, CBS News e Yahoo Sports destacaram tanto o título quanto a violência.
  • As imagens das ruas em chamas circularam nas redes sociais, causando constrangimento às autoridades francesas.

O que será feito daqui para frente?

O governo prometeu uma revisão completa da política de segurança para eventos esportivos, inclusive propondo:

  • A criação de zonas oficiais de celebração com controle de entrada.
  • Aumento no uso de drones e câmeras inteligentes.
  • Campanhas públicas para promover comemorações seguras.

O papel das redes sociais e da mídia na escalada

A difusão instantânea da euforia e da violência

Transmissões ao vivo, vídeos virais e threads no X (antigo Twitter) ajudaram a amplificar tanto o entusiasmo quanto o caos.

  • Hashtags como #PSGChampion, #ParisEnFeu e #ChaosChampions ficaram nos trending topics.
  • Influenciadores e páginas de torcedores compartilharam imagens sem contexto, o que contribuiu para confusão e pânico.

Jornalismo sob pressão

Veículos tradicionais enfrentaram críticas por supostamente “minimizar” a violência em prol da vitória esportiva. Outros foram acusados de sensacionalismo ao focar nos incidentes negativos.

O equilíbrio entre cobrir o futebol e suas consequências sociais tornou-se mais uma arena de debate.


O PSG do futuro: ídolos jovens, menos estrelas e mais futebol

A era pós-Mbappé começa com força

O PSG deu um giro estratégico após a saída de Kylian Mbappé: trocou o estrelismo de Messi, Neymar e do próprio Mbappé por uma base jovem, ambiciosa e focada.

  • Désiré Doué, destaque da final, já é chamado de "o novo Henry".
  • Kvaratskhelia e Hakimi mostraram consistência e liderança.
  • Luis Enrique conquistou seu segundo título europeu e consolidou um novo projeto.

O impacto global da conquista

Além da França, o PSG viu sua base de fãs crescer em países como Brasil, Japão e Nigéria. A final foi acompanhada por mais de 280 milhões de pessoas ao redor do mundo, segundo dados da UEFA.

A venda de camisas disparou, e o clube já negocia novos patrocínios para 2026.


Lições da tragédia: futebol, sociedade e responsabilidade

A vitória do PSG expôs um dilema real: como celebrar grandes feitos esportivos em sociedades marcadas por desigualdade, tensão e frustrações?

O futebol continua sendo paixão nacional, mas o episódio de 31 de maio é um lembrete de que sem:

  • planejamento,
  • investimento em segurança,
  • e cultura cívica, as comemorações podem se transformar em tragédias anunciadas.

A taça e as lágrimas

O PSG é campeão da Europa, um feito para eternizar nos livros de história. Mas os aplausos da final dividem espaço com o silêncio de luto em Dax, com os olhos fechados de um policial em coma e com famílias lidando com o que deveria ser apenas um sábado feliz.

Que esse título sirva não apenas como símbolo de glória esportiva, mas como ponto de partida para uma conversa nacional sobre convivência, segurança e responsabilidade coletiva.

Publicidade

Publicidade