Zelensky sob pressão para fechar paz antes do Natal e admite possibilidade de ceder territórios à Rússia

Zelensky sob pressão para fechar paz antes do Natal e admite possibilidade de ceder territórios à Rússia
Volodymyr Zelensky

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Sob forte pressão dos EUA para fechar acordo de paz antes do Natal, Zelensky admite possibilidade de ceder territórios em negociações com a Rússia.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky enfrenta crescente pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, para avançar rapidamente nas negociações de paz com a Rússia e formalizar um acordo antes do Natal, um cenário que levanta dúvidas sobre a soberania territorial da Ucrânia após quase três anos de guerra.

Donald Trump intensificou os esforços para fechar um acordo de cessar-fogo negociado que possa encerrar o conflito iniciado em fevereiro de 2022. O plano americano propõe compromissos difíceis e inclui elementos controversos sobre territórios disputados no leste da Ucrânia, em especial a região do Donbass.

Volodymyr Zelensky

Pressão dos EUA e urgência em fechar o acordo

Segundo relatos, o governo dos EUA tem pressionado Kiev a avançar rapidamente nas negociações com Moscou, estabelecendo o objetivo de fechar um acordo até o Natal de 2025. Trump teria dado sinais claros de descontentamento com a lentidão das conversas.

A Casa Branca, por meio de sua porta-voz, reforçou que Trump está “extremamente frustrado” com o andamento das negociações e quer ver resultados concretos em vez de apenas mais diálogos diplomáticos.

O plano proposto pelos EUA inclui a criação de uma “zona econômica livre” nas regiões do Donbass ainda controladas por Kiev, um conceito que tem sido alvo de críticas em Kiev por falta de clareza sobre quem teria autoridade ou soberania nesses territórios a longo prazo.

Donald Trump

Zelensky admite pela primeira vez possibilidade de concessões territoriais

Numa declaração histórica, Zelensky admitiu pela primeira vez que pode considerar concessões territoriais à Rússia como parte de um acordo de paz, ainda que tenha reforçado que qualquer decisão sobre o futuro de áreas disputadas deve ser definida pelo povo ucraniano por meio de consulta popular, como um referendo ou eleições.

O presidente disse que a posição oficial ucraniana é que “é justo ficarmos (cada um) nas posições que ocupamos atualmente” no front, refletindo a realidade do campo de batalha na região de Donetsk e Luhansk. Essa admissão representa uma mudança comparada às posições anteriores mais intransigentes.

Apesar disso, Zelensky deixou claro que não considera entregar toda a região do Donbass à Rússia, e disse que ainda existem “questões sérias” a serem discutidas, especialmente sobre segurança e governança desses territórios após um eventual cessar-fogo.

Territórios e soberania: o grande nó das negociações

As questões territoriais continuam sendo o principal obstáculo nas conversas de paz. A proposta americana, vista por alguns como uma tentativa de equilibrar as exigências russas com garantias à Ucrânia, envolve retirada de tropas ucranianas de partes do Donetsk sob controle de Kiev e a criação de zonas com status especial.

Zelensky enfatizou que qualquer negociação que envolva entregar território ucraniano deve ser aprovada pelo povo do país, e que ele busca segurança garantida por meio de mecanismos internacionais fortes.

A própria Rússia tem deixado claro que pretende manter forças policiais e militares em territórios como Donbas, mesmo após um possível acordo de paz, o que complica ainda mais a ideia de soberania plena para Kiev.

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Repercussões geopolíticas

A insistência dos EUA em um acordo mesmo com pressões para que a Ucrânia faça concessões territoriais tem gerado críticas de aliados europeus. Muitos líderes europeus veem com ceticismo a ideia de sacrificar partes do território ucraniano sem garantias claras de paz duradoura ou mecanismos de segurança robustos para Kiev.

Além disso, as divergências internas entre aliados transatlânticos dificultam um consenso claro sobre como equilibrar segurança, justiça e soberania no pós-conflito.

Prazo, dilema e futuro das negociações

Embora os Estados Unidos desejem fechar um acordo até o Natal, Zelensky ressaltou que não foi estabelecido um prazo formal e que Kiev não aceitará um texto que não garanta a integridade nacional ucraniana ou segurança para seu povo.

A posição ucraniana tenta equilibrar a busca por paz com princípios democráticos, deixando claro que qualquer negociação que envolva território será sujeita a consulta popular, algo que pode retardar ou complicar ainda mais um acordo antes do fim do ano.

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O presidente Volodymyr Zelensky se encontra em um momento delicado, pressionado tanto por aliados internacionais quanto pela realidade de uma guerra longa e desgastante. A admissão inédita de que concessões territoriais podem entrar na mesa de negociações desde que decididas pelo povo ucraniano reflete um cenário de forte tensão diplomática.

A possibilidade de um acordo de paz antes do Natal continua em aberto, mas ainda depende de um complexo equilíbrio entre pressões externas dos EUA, posicionamentos europeus e a defesa da soberania ucraniana, questões que permanecem no centro das atenções mundiais conforme o conflito se aproxima de seu quarto ano.

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