Jorge Vilda considera que foi “injusto” ter sido demitido do cargo de técnico feminino da Espanha depois de vencer a Copa do Mundo após o escândalo envolvendo o presidente da federação espanhola, Luis Rubiales.
Vilda foi o único membro da comissão técnica da seleção feminina a não renunciar em protesto contra o comportamento de Rubiales no final da final da Copa do Mundo, mas a Federação Espanhola de Futebol (RFEF) confirmou sua demissão na tarde de terça-feira.
O ex-técnico foi visto aplaudindo Rubiales em uma assembleia geral de emergência da RFEF, quando anunciou em 25 de agosto que não renunciaria por suas ações em Sydney.
Durante a cerimônia de apresentação, Rubiales beijou a meio-campista espanhola Jenni Hermoso nos lábios – algo que ela diz não ter consentido – e ele agarrou sua virilha na área VIP comemorando a vitória, a poucos metros da rainha Letizia da Espanha e sua filha adolescente.
Rubiales foi suspenso pela Fifa no dia seguinte, enquanto se aguarda uma investigação sobre sua conduta.
As preocupações com os métodos e regime de treino de Vilda foram um factor-chave para a recusa de 15 jogadores espanhóis em jogar pela selecção nacional no ano passado.
A federação, sob a liderança de Rubiales, recusou-se a ceder em resposta às reclamações dos jogadores, com um comunicado afirmando que os envolvidos só poderão regressar à selecção nacional “se aceitarem o seu erro e pedirem perdão”.
A RFEF não fez qualquer referência ao descontentamento dos jogadores ao anunciar a saída de Vilda, referindo-se antes ao seu “profissionalismo e dedicação durante todos estes anos”.
Em entrevista à rádio espanhola Cadena SER após sua demissão, Vilda defendeu seu histórico com a equipe.
“Em termos desportivos vou aceitar todas as críticas, mas a nível pessoal penso que foi injusto”, disse Vilda.
“Foi um ano especial. Nunca nada foi dito diretamente, mas indiretamente foram ditas coisas que não me agradam. Foram ditas coisas que não são verdade.”
Vilda acrescentou: “A explicação é que houve ‘mudanças estruturais’. Depois de tudo que conquistei, de trabalhar duro como mais um trabalhador, estou com a consciência tranquila.
“Dei 100 por cento e não compreendo – não considerei a minha demissão como merecida.”
Vilda também defendeu sua reação ao discurso desafiador de Rubiales na assembleia geral da RFEF.
“Nunca aplaudirei nada sexista”, disse ele. “Não sabia muito bem porque ia àquela assembleia, pensei que ia haver demissão.
“O presidente está valorizando o seu trabalho e anunciando a sua renovação, aplaudi isso. Também aplaudo a gestão do futebol feminino por Rubiales, com um orçamento que se multiplicou por quatro.
“O resto – quando 150 pessoas ao seu redor aplaudem, é muito difícil ser o único que não o faz.”
Reescreva o texto para BR e mantenha a HTML tags