A Ineos Automotive está preocupada com a possibilidade dos combustíveis sintéticos prolongarem a vida útil dos motores a combustão, mesmo após a União Europeia ter decidido permitir o uso limitado da gasolina neutra em carbono para carros novos após 2035.
“No momento, simplesmente não há combustível sintético suficiente para todos e será extremamente caro”, declarou a CEO Lynn Calder no Financial Times Future of the Car Summit na quarta-feira.
O fabricante do off-roader Ineos Grenadier tem sido crítico em relação às proibições da UE e do Reino Unido de vender novos carros com motores a combustão interna a partir de 2035, argumentando que isso força as fabricantes de automóveis a adotarem sistemas de transmissão elétricos a bateria, sem considerar alternativas.
Os combustíveis sintéticos, conhecidos como e-combustíveis e produzidos a partir da extração de carbono da atmosfera, são elogiados por empresas como Porsche e Bugatti como uma alternativa ecologicamente correta que lhes permitiria continuar vendendo veículos com motores a combustão interna. No entanto, a Ineos não tem certeza se os combustíveis sintéticos conseguirão preencher essa lacuna.
“Parece que ainda falta muito para termos combustível suficiente para imaginar manter uma frota de motores a combustão de forma viável em termos de custo total para os clientes”, afirmou Calder.
A Ineos está realizando testes com um protótipo do Grenadier equipado com célula de combustível de hidrogênio, conectando as operações automotivas com as operações químicas da empresa-mãe, incluindo a produção de hidrogênio.
No entanto, o fundador e presidente da empresa, Sir Jim Ratcliffe, já afirmou que o hidrogênio também apresenta custos elevados, juntamente com a falta de infraestrutura para abastecimento.
“Você volta para a economia da produção e a infraestrutura necessária [com o hidrogênio]”, disse Ratcliffe durante o lançamento do SUV Ineos Fusilier.
“Nos EUA, a produção de hidrogênio custa um quinto do que na Europa, então na UE você teria que pagar de 500 a 600 euros por tanque de combustível, contra 120 a 130 euros nos EUA.”