A Volkswagen continuará a investir na tecnologia híbrida plug-in nos próximos anos como uma ponte para a eletrificação pura.
A empresa atualmente vende versões PHEV do Golf, Passat e Tiguan, e o chefe Thomas Schäfer sugeriu que a tecnologia poderia ser implementada e melhorada à luz de um “platô” na demanda por carros elétricos.
Falando na conferência Future of the Car do Financial Times em Londres, Schäfer fez eco ao CEO da Nissan, Makoto Uchida, e ao presidente da Hyundai, José Muñoz, que sugeriram que cada uma das suas empresas manteria uma oferta de motorização flexível à medida que a procura de EV oscila.
Questionado pela Autocar se a Volkswagen continuaria investindo em híbridos, Schäfer disse: “Os híbridos eram uma coisa do passado. No ano passado, se você fizesse a mesma pergunta, teria sido: ‘Esqueça os híbridos, é uma tecnologia cara, não vale a pena.’ Nos últimos seis meses, de repente todo mundo quer híbridos.
“Quando dissemos que iríamos oferecer híbridos no Tiguan, Golf, Passat e assim por diante, fomos desaprovados. As pessoas disseram: ‘Por que você está fazendo isso? Vá mais rápido [towards full electrification].’ Agora estou muito feliz por termos feito isso. Temos uma oferta e provavelmente teremos que estendê-la.
“É uma tecnologia de ponte. Embora o acionamento elétrico por bateria esteja se estabilizando um pouco no momento, ainda precisamos dessa tecnologia de transição.”
No entanto, Schäfer acrescentou que tem “absoluta certeza de que o futuro é elétrico” e que os híbridos servirão de ponte para o objetivo final da eletrificação total.
Para isso, a Volkswagen “continuará com o que temos”, Schäfer disse, sugerindo que quaisquer futuros PHEVs usarão uma variação do sistema que está atualmente disponível no Golf, Passat e Tiguan. “Continuaremos desenvolvendo, mas faremos um sistema de transmissão completamente novo? Acho que não.”
Schäfer acrescentou que a Volkswagen não precisa necessariamente de uma oferta de PHEV “em cada modelo e em cada região”, mas sim o trabalho de desenvolvimento se concentrará na redução de custos e no aumento da autonomia elétrica.
Tal como está, os Volkswagen PHEVs oferecem uma das maiores autonomias elétricas do mercado, com as versões mais recentes dos PHEVs Golf, Passat e Tiguan capazes de viajar cerca de 62 milhas com o motor a gasolina desligado.
O desenvolvimento de novos motores híbridos não ocorrerá às custas do desenvolvimento de novas plataformas EV, disse Schäfer, com a versão atualizada do MEB – apelidada de MEB Plus – e seu sucessor SSP ainda em vias de produção em 2025 e 2026, respectivamente.