Uma pesquisa sugere que a lepra pode ter se espalhado entre esquilos vermelhos e humanos na Inglaterra entre os séculos 10 e 11. Evidências recolhidas em dois sítios arqueológicos na cidade medieval de Winchester indicam que os esquilos vermelhos podem ter sido hospedeiros do Mycobacterium leprae – a bactéria que causa a lepra nas pessoas – no passado.
Os pesquisadores descobriram que os esquilos vermelhos modernos carregam cepas da bactéria da lepra, mas não representam uma ameaça para as pessoas no Reino Unido. A transmissão da lepra entre humanos e esquilos ainda era desconhecida na Inglaterra medieval, e os cientistas acreditam que a lepra é transmitida principalmente por tosse ou espirro, não sendo altamente contagiosa.
A lepra é uma doença antiga que afeta o sistema nervoso e causa inchaço sob a pele. Embora seja rara, ainda existem casos de lepra hoje em dia, principalmente na Ásia e na África. Com o tratamento adequado, a lepra pode ser curada com antibióticos, mas se não for tratada, pode causar deformidades, incapacidades e cegueira.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram amostras de ossos humanos e de esquilos coletadas nos locais de Winchester. A análise genética revelou que o Mycobacterium leprae estava presente em amostras humanas e de esquilos, indicando que a infecção circulava entre as pessoas e os roedores na Idade Média. Os cientistas acreditam que a transmissão da lepra poderia ter acontecido devido aos hospitais de lepra e ao comércio de peles em Winchester.
A pele de esquilo era amplamente utilizada para aparar e forrar roupas durante o período medieval, e muitas pessoas capturavam esquilos selvagens como filhotes na natureza para criar como animais de estimação. Isso sugere que os esquilos faziam parte da vida das pessoas na época e que a interação entre humanos e animais era mais comum do que se imaginava.
A Dra. Sarah Inskip, bioarqueóloga da Universidade de Leicester, destacou a importância de compreender a relação entre humanos e animais na transmissão de doenças. Ela ressaltou que, após a pandemia da Covid-19, os hospedeiros animais estão recebendo mais atenção para a compreensão do surgimento e persistência de doenças, demonstrando a importância de estudar essas interações para prevenir futuras epidemias.