As baleias assassinas que têm atacado barcos no Estreito de Gibraltar podem estar simplesmente seguindo uma nova tendência comportamental, de acordo com o biólogo marinho Alex Zerbini. Desde maio de 2020, quase 700 incidentes envolvendo baleias assassinas colidindo com embarcações na Península Ibérica foram documentados, deixando marinheiros e cientistas intrigados. A suspeita é de que as orcas estejam ensinando umas às outras a atacar os barcos que passam na região.
Diferentes hipóteses têm sido levantadas para explicar esse comportamento estranho, desde a escassez de alimentos até o retorno das atividades náuticas após a pandemia. No entanto, Zerbini sugere que as baleias assassinas estão seguindo uma nova “tradição cultural” sem um propósito claro, pode ser apenas uma “moda” entre os animais.
Populações de baleias orcas muitas vezes têm especializações dietéticas distintas mantidas por transmissão cultural, com comportamentos persistentes relacionados à sua alimentação divergente. Em alguns casos, desenvolvem comportamentos temporários e incomuns que não parecem ter um propósito adaptativo óbvio.
Os pesquisadores destacam que diferentes práticas comportamentais estranhas foram observadas entre as orcas ao longo dos anos. Por exemplo, as baleias assassinas do Pacífico Sul desenvolveram o hábito de carregar salmões mortos na cabeça em 1987, um comportamento que desapareceu e retornou em diferentes momentos.
Recentemente, a maioria das baleias assassinas que se aproximam de navios danificados são juvenis, que se aproximam lentamente e parecem brincar com os lemes, sem intenção agressiva. Ainda assim, os cientistas alertam que essa interação pode resultar em danos aos navios.
Embora seja possível que esse comportamento desapareça e reapareça no futuro, os especialistas acreditam que as orcas não estão cientes de que seus atos podem prejudicar os humanos. É mais uma brincadeira do que uma intenção maliciosa.
Em resumo, as baleias assassinas no Estreito de Gibraltar podem estar seguindo uma moda comportamental sem um propósito claro, apenas se divertindo e explorando novas interações com os barcos da região. É um fenômeno que intriga os cientistas e que desperta curiosidade sobre o comportamento desses incríveis animais marinhos.