Uma escola está implementando uma jornada de 12 horas esta semana, em uma tentativa de “quebrar” o vício dos alunos em seus smartphones.
O Colégio Católico All Saints, uma escola secundária em Notting Hill, abrirá das 7h às 19h a partir da próxima terça-feira, oferecendo atividades extracurriculares após as aulas.
Andrew O’Neill, diretor da escola, disse que deseja auxiliar os estudantes que passam a maior parte do tempo “enterrados” em seus dispositivos, sendo que alguns deles têm dificuldade em fazer contato visual ou manter uma conversa.
“Estamos tentando quebrar o ciclo de crianças utilizando telefones e causando tantos problemas”, disse ele ao The Sunday Times.
“Estamos tentando proporcionar atividades noturnas às crianças, o tipo de infância lúdica que eu desfrutei crescendo na vila de Barton, perto de Darlington, ao invés de voltarem para casa, para seus quartos e para seus telefones.”
O’Neill, 42 anos, alertou que a incapacidade de lidar com o uso excessivo do telefone pode resultar em um problema “geracional” nos locais de trabalho e na sociedade em geral.
Os alunos da escola, classificada como excelente pelo Ofsted, terão aulas de arte, teatro, queimada, basquete e culinária, além de um jantar quente após o término das aulas regulares.
No início deste ano, o governo anunciou uma política de restrição ao uso de celulares nas escolas, embora muitas já tivessem proibido seu uso durante as aulas.
A orientação, emitida em fevereiro, apoiou os diretores na proibição do uso de celulares durante o dia escolar – inclusive nos intervalos.
“Muitas escolas em todo o país já estão proibindo o uso de celulares, com resultados positivos”, disse o Departamento de Educação.
“Essa orientação assegurará que haja uma abordagem consistente em todas as escolas.”
Aos 12 anos, 97% das crianças possuem seu próprio celular, segundo o Ofcom.
O uso de celulares nas escolas pode levar ao cyberbullying, distração e interrupção na sala de aula, o que, por sua vez, pode resultar em perda de tempo de aprendizagem.
No ano passado, a UNESCO pediu a proibição dos smartphones nas escolas, uma vez que as evidências mostraram que estavam relacionados à diminuição do desempenho educacional e que o tempo excessivo diante das telas tinha um impacto negativo no bem-estar das crianças.