Os diretores de escola devem garantir que os alunos entreguem ou deixem seus telefones celulares trancados no início de cada dia, como sugerido por um relatório recente.
Mesmo diante de críticas dos pais, crianças ou ativistas, os funcionários das escolas não devem se intimidar quanto a aplicar de forma consistente a proibição de telefones celulares, conforme recomendado pelo documento do grupo de reflexão Policy Exchange, de tendência centro-direita.
O relatório afirma que uma “proibição eficaz” pode ter um impacto positivo no desempenho escolar, destacando benefícios potenciais tanto para o rendimento dos alunos quanto para o bem-estar das crianças.
Essa recomendação vem após as escolas da Inglaterra terem recebido orientações do governo em fevereiro para interromper o uso de telefones celulares durante os intervalos, períodos de almoço e até mesmo nas salas de aula.
Um levantamento realizado pela Policy Exchange enviou solicitações de liberdade de informação para 800 escolas primárias e secundárias no Reino Unido em dezembro. Dentre as 407 escolas que responderam, os dados revelaram que apenas 11% das escolas secundárias possuíam uma “proibição eficaz” de telefones, onde estes eram mantidos em lockers no início do dia escolar.
Mais da metade (52%) das escolas informou que proibiu o uso de telefones durante o dia, mas permitindo que os alunos os mantivessem consigo, enquanto 36% adotaram uma “proibição parcial”, permitindo o uso em alguns locais e proibindo em outros.
Uma análise detalhada das respostas de 162 escolas secundárias na Inglaterra mostrou uma clara correlação entre uma proibição eficaz de telefones celulares e um melhor desempenho escolar. Escolas com proibições eficazes tinham o dobro de chances de serem classificadas como excelentes pelo Ofsted, órgão regulador de qualidade da educação no país.
Além disso, alunos em escolas com proibições eficazes alcançaram resultados nas avaliações do GCSE que estavam acima da média nacional em até dois anos, comparados com alunos em escolas com políticas mais flexíveis em relação ao uso de celulares.
O relatório recomenda ao governo que monitore de perto a implementação das proibições de telefones nas escolas e, caso não haja melhorias em um ano, torne as orientações obrigatórias. O Ofsted também é instado a realizar um estudo para entender as barreiras e como superá-las em relação à adoção de proibições.
No prefácio do relatório, o psicólogo Jonathan Haidt defende que as escolas sem telefones funcionam melhor quando proibições eficazes são estabelecidas. Ele sugere que os telefones sejam trancados no início do dia letivo e só sejam liberados ao final.
Dame Caroline Dinenage, presidente do Comitê Seleto de Cultura, Mídia e Desporto, reforça a importância de proibir os telefones nas escolas para melhorar os resultados educativos. Enquanto Pepe Di’Iasio, secretário-geral da Associação de Dirigentes Escolares e Universitários, argumenta que existem políticas robustas em relação aos smartphones, mas ressalta a necessidade de regulamentar as plataformas online e apoiar a saúde mental dos jovens afetados por problemas relacionados ao uso de celulares.
A secretária de educação, Gillian Keegan, reforça que os telefones celulares atrapalham a educação e não devem ter lugar nas salas de aula. A proibição de telefones celulares nas escolas é vista como uma medida importante para o foco dos alunos e aprimoramento do desempenho escolar.