No dia 22 de setembro de 2013, o corpo de uma menina de 12 anos foi descoberto pelas mãos de um grupo de transeuntes perto da comunidade de Cacheiras, em La Coruña, Galiza. Quando o veículo dos viajantes parou de se mover e eles se aproximaram silenciosamente do que mais tarde seria a cena do crime, descobriram o corpo inerte do menor espanhol.
O incidente logo foi apelidado de “Caso Asunta”. Era Asunta Basterra Porto, uma jovem asiática que havia chegado com a família há um ano à Espanha. Seu nome verdadeiro era Fang Yong e ela foi entregue para adoção pela advogada Rosario Porto Ortega e pelo comunicador Alfonso Basterra Camporro.
Este seria o início de uma história muito mais sombria, um drama que saltou da realidade para uma versão documentada – às vezes, um romance – na Netflix estrelada por Candela Peña e Tristán Ulloa, que interpretarão os pais.
A biografia de Rosário tem tons de normalidade, pois ela cresceu em um lar onde reinavam o estudo do direito e da história da arte. A única filha teve uma educação exemplar e chegou a ser nomeada cônsul na França. Quanto a Alfonso, foi um jornalista que se estabeleceu na região depois de ter perdido alguns empregos de nível médio.
No dia 6 de janeiro daquele ano, um acontecimento fatídico marcou a relação do casal. Ele teria descoberto uma suposta infidelidade por parte da companheira. Isso causou o divórcio em fevereiro. Vale ressaltar que, nesse processo, Rosário sofreu de lúpus eritematoso grave; e o pai, apesar da separação, cuidava de ambos.
O tempo passou e a promessa de resgatar o relacionamento nunca se concretizou. Os problemas continuaram a progredir, a tal ponto que a menor confessou à professora que a mãe a obrigava a tomar pós brancos de sabor estranho. Segundo Asunta, essa substância foi fornecida a ela por um amigo de Rosário.
Só em setembro é que os pais de Asunta denunciaram o seu desaparecimento, a partir de então começaria uma investigação exaustiva para encontrar os alegados responsáveis. Após investigações, as pistas apontaram para os pais da menor, já que em uma das propriedades de Rosário foi encontrado o ansiolítico lorazepam, que, após a autópsia da filha, foi detectado no sangue dela.
E não só isso, naquela mesma casa foram encontrados telefones e laptops além dos usados pelos pais de Asunta. A decisão do juiz não duraria até 2015, quando um júri considerou por unanimidade que os culpados do assassinato foram Alfonso e Rosario. Ambos receberam pena de 18 anos de prisão.
Na minissérie de suspense da Netflix O Caso Asunta cada uma dessas passagens é enquadrada, o que demonstra como a maldade do ser humano pode ultrapassar limites insuspeitados.
O Caso Asunta estreia na Netflix em 26 de abril.