A Federação Palestina de Futebol (PFA) fez um apelo à FIFA para que a Federação Israelense de Futebol (IFA) seja sancionada e excluída da entidade devido às violações dos direitos humanos e do direito humanitário na Faixa de Gaza.
O pedido feito ao órgão regulador do futebol mundial foi baseado em uma série de violações do direito internacional e dos regulamentos da FIFA. A PFA solicitou que a FIFA pressione a IFA a combater a discriminação e o racismo em sua liga, bem como a corrigir as violações dos estatutos da FIFA pela inclusão contínua de equipes de futebol localizadas no território de outra associação (Palestina) em sua liga nacional.
O Artigo 4 dos Estatutos da FIFA proíbe estritamente a “discriminação de qualquer tipo contra um país… ou grupo de pessoas” por qualquer motivo, e determina que a violação dessa obrigação de não discriminação pode resultar em “suspensão ou expulsão”.
A submissão lista vários exemplos que demonstram a falta de ação da IFA contra a discriminação e o racismo em sua liga, o que constitui uma violação direta do artigo 3 dos Estatutos da FIFA. Um dos exemplos citados é o Beitar Jerusalem FC, clube de futebol israelense cujos torcedores cantam orgulhosamente sobre ser o “time mais racista” de Israel e proferem epítetos como “terrorista” contra árabes que jogam em times adversários.
A PFA também denuncia que clubes de futebol israelenses impedem abertamente que árabes se juntem a suas fileiras e tratam a violência severa apenas como uma ofensa disciplinar a ser resolvida internamente pela IFA.
Além disso, a PFA destaca postagens em redes sociais de administradores e clubes de futebol israelenses, incluindo uma postagem do CEO das Ligas Profissionais de Futebol Israelenses no LinkedIn e uma postagem do FC Maccabi Netanya no Facebook, que demonstram apoio ao genocídio em Gaza.
A submissão à FIFA também aborda os danos e problemas na infraestrutura de futebol em Gaza devido aos ataques israelenses. Todas as instalações foram destruídas ou gravemente danificadas, incluindo o estádio Al-Yarmuk, transformado em campo de concentração pelas forças israelenses. Clubes na Cisjordânia também foram danificados pelo exército de ocupação israelense e a construção de infraestruturas esportivas na região é rotineiramente rejeitada por Israel.
A PFA reforça seu pedido de sanções à IFA destacando as atrocidades ocorridas nos últimos meses em Gaza, incluindo o alto número de civis mortos e feridos, a destruição de residências, instalações educativas e de saúde, e o impacto devastador nos habitantes da região.
A 74ª conferência da FIFA está prevista para ocorrer de 13 a 17 de maio em Bangkok.