Vladimir Putin deixará a Rússia e viajará a maior distância de seu país de origem pela primeira vez desde que um mandado de prisão foi emitido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), de acordo com um relatório.
Putin teria aceitado um convite de Xi Jinping para visitar a China e o Kremlin está se preparando para sua participação no Fórum do Cinturão e Rota, em outubro, disseram à Bloomberg três pessoas familiarizadas com o assunto.
A notícia da visita surge depois de Putin ter recusado um convite da Índia para participar na cimeira do G20 na próxima semana. O Kremlin disse que o líder russo tem uma “agenda ocupada”, enquanto o seu foco principal no momento é a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Rússia será representada pelo seu ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov.
Moscovo é aliado de Deli e Pequim, ambos rivais regionais e que partilham relações diplomáticas tensas entre si. Ambos os países também não são signatários do TPI.
O líder russo tem, desde que o mandado foi emitido, viajou apenas para áreas ocupadas pela Rússia na Ucrânia. Antes do mandado, ele visitou o Irã no ano passado.
Na terça-feira, o Kremlin disse que estava a ser elaborado um calendário para contactos bilaterais russo-chineses, quando questionado sobre a suposta visita.
“O calendário de contactos bilaterais russo-chineses a vários níveis, incluindo ao mais alto nível, está a ser coordenado”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Iremos informá-lo sobre eventos e prazos específicos em tempo hábil.”
Putin e Xi declararam uma parceria “sem limites” entre os seus países. A China recusou-se a condenar diretamente as ações da Rússia na Ucrânia, ao mesmo tempo que enfatizou a importância de defender a integridade territorial de Kiev.
Em Março, foi emitido um mandado de detenção contra Putin e a comissária russa para os direitos da criança, Maria Alekseyevna Lvova-Belova, por alegados crimes de guerra cometidos pela deportação de crianças ucranianas para a Rússia durante o conflito.
Grupos de direitos humanos estimam que mais de 19 mil crianças foram deportadas e colocadas em famílias russas. Autoridades russas alegaram que as crianças foram acolhidas como um gesto humanitário em tempos de guerra.
O Kremlin rejeitou as acusações de crimes de guerra.
O líder russo já tinha evitado ir à África do Sul, que é signatária do TPI, para participar na cimeira dos Brics na semana passada.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, também convidou Putin para visitar Ancara para conversações sobre um acordo de grãos no Mar Negro, mas agora ele próprio está considerando viajar para Moscou. A Turquia não é signatária do TPI.
A enxurrada de anúncios sobre as visitas diplomáticas ocorre no momento em que o ministro das Relações Exteriores britânico, James Cleverly, visita a China, na primeira visita desse tipo de um diplomata do Reino Unido em cinco anos.
Cleverly disse que instará a China a cumprir os seus compromissos internacionais e a mostrar responsabilidade no cenário mundial pela invasão da Ucrânia.
Na suposta visita de Putin a Pequim, ele disse: “A invasão brutal da Ucrânia pela Rússia não pode ser justificada por Moscovo ou mesmo por qualquer outro lugar”.
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