Um ex-membro das forças especiais de segurança do presidente bielorrusso, Aleksander Lukashenko, foi a julgamento na terça-feira na Suíça pelos desaparecimentos forçados de opositores políticos no final da década de 1990 – visto como um caso histórico da justiça internacional.
Yuri Harauski, ex-membro de uma unidade militar conhecida como SOBR, saiu de uma van com vidros escuros e capuz ao entrar no tribunal na cidade de St. Gallen, no norte do país.
Os activistas afirmaram que o julgamento de dois dias marca um momento crucial na justiça internacional que poderá desencadear processos no estrangeiro contra outras autoridades bielorrussas – incluindo Lukashenko. O processo judicial foi instaurado ao abrigo de um princípio jurídico raramente aplicado, conhecido como jurisdição universal, ao abrigo do qual tribunais estrangeiros podem processar crimes graves ocorridos noutros países.
Harauski será julgado pelos desaparecimentos forçados de Yuri Zakharenko, ex-ministro do Interior que foi demitido por Lukashenko em 1996; o líder da oposição, Viktor Gonchar; e o editor Anatoly Krasovsky, disse o Trial International, um grupo de defesa que liderou o caso.
O arguido vive na Suíça, onde pediu asilo em 2018. Fez confissões de alto nível sobre o seu envolvimento no rapto e assassinato de opositores políticos de Lukashenko em 1999. Os motivos por detrás das confissões não eram totalmente claros.
Um extracto do processo judicial, obtido pela Associated Press, indicava que os procuradores planeavam pedir uma pena de prisão de três anos – dos quais dois seriam suspensos – contra Harauski pelo seu alegado papel nos desaparecimentos.
O regime de Lukashenko tem sido criticado há anos, mais recentemente devido à repressão contra os líderes da oposição que começou em agosto de 2020 e ao apoio à invasão militar russa de Ucrânia no ano passado, entre outras coisas.
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