O presidente Joe Biden convenceu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a não atacar o Hezbollah nos dias que se seguiram ao ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, de acordo com um relatório.
O Jornal de Wall Street informou que, em 11 de Outubro, aviões israelitas estavam no ar à espera dos seus próximos comandos, em preparação para um “ataque preventivo” contra as forças do Hezbollah.
Naquele momento, Biden teria falado com Netanyahu e instou-o a renunciar à greve.
O presidente expressou receio de que outro ataque pudesse transformar o conflito existente numa guerra regional, informou o jornal.
Israel obteve informações de que combatentes do Hezbollah planejavam entrar no país, mas a inteligência dos EUA considerou que a informação não era confiável, segundo o meio de comunicação.
O Diário informou que a Casa Branca ouviu pela primeira vez sobre o plano de 11 de Outubro das autoridades israelenses por volta das 6h30 daquela mesma manhã, quando pediram o apoio dos EUA.
O conselheiro de Segurança Nacional Jake Sullivan, o diretor da CIA William Burns e a diretora de Inteligência Nacional Avril Haines, o secretário de Estado Antony Blinken, o secretário de Defesa Lloyd Austin e o presidente do Estado-Maior Conjunto CQ Brown estavam entre os principais conselheiros de Biden, que se reuniram horas depois, o meio de comunicação relatado. Os principais conselheiros avaliaram o esquema do país, antes de finalmente decidirem que a inteligência dos EUA não correspondia à de Israel.
A inteligência dos EUA aparentemente não indicou que o Hezbollah – que é designado como organização terrorista pelos EUA – planeasse atacar.
O presidente então telefonou para Netanyahu – com a ligação durando 45 minutos, de acordo com o Diário. Os dois líderes não concordavam sobre a questão: Biden teria dito que a desescalada era a chave para evitar uma guerra mais ampla, enquanto Netanyahu e membros do seu gabinete de guerra insistiam que o conflito em expansão era inevitável.
Depois de cerca de seis horas trocando ligações, as autoridades israelenses abandonaram o plano original.
Entretanto, os soldados israelitas ao longo da fronteira Israel-Líbano receberam ordens para se prepararem para combater os combatentes do Hezbollah que atravessavam a fronteira. Aqueles ao longo do norte de Israel foram instados a se dirigir para abrigos antiaéreos por segurança.
Mas – graças à intervenção de Biden – os combates nunca aconteceram.
Os esforços da administração Biden para evitar combates entre o Hezbollah e as forças israelitas em 11 de Outubro parecem fazer parte de uma estratégia mais ampla.
O jornal New York Times informou na sexta-feira, 22 de dezembro, que o conselheiro sênior da Casa Branca, Amos Hochstein, tem mantido discussões em contato com Israel, Líbano e Hezbollah para tentar minimizar as tensões ao longo da fronteira e evitar novas escaladas.
Ainda assim, os combates ao longo da fronteira Israel-Líbano resultaram na morte de nove soldados israelitas, quatro civis israelitas e mais de 100 libaneses, a maioria dos quais eram militantes do Hezbollah, PBS relatado.