Emmanuel Macron disse estar disposto a trabalhar com Donald Trump caso o ex-presidente acabasse por vencer as eleições nos EUA.
Isso acontece apenas um dia depois de Trump ter obtido uma vitória recorde nas prévias de Iowa.
“Sempre tive a mesma filosofia, aceito os líderes que as pessoas me dão”, disse o presidente francês na quinta-feira durante uma entrevista coletiva.
E acrescentou: “Os Estados Unidos são um aliado importante… É uma democracia que atravessa uma crise na qual ela própria é a primeira prioridade e a segunda prioridade é o poder da China. Todos nós, europeus, precisamos de estar lúcidos sobre isso.”
O presidente francês sugeriu anteriormente que o interesse dos EUA em proteger a ordem global diminuiu sob o mandato de Trump. Em 2019, Macron descreveu a OTAN como tendo “morte cerebral”, citando o declínio do apoio dos EUA à aliança militar transatlântica.
O ex-presidente chamou esses comentários de Macron de “desagradáveis” e “insultuosos”.
Trump já descreveu a Europa como um “inimigo” que é “quase tão mau como a China” e deu a entender que poderia abandonar a aliança se os seus termos não fossem alterados para se adequarem aos Estados Unidos.
Macron inicialmente considerou Trump um “amigo” e até fez convites como jantar na Torre Eiffel no Dia da Bastilha, mas a sua relação com o ex-presidente azedou com o tempo devido a divergências sobre clima, tributação e Irão.
As tensões aumentaram ainda mais devido a questões com a Turquia, a Síria e a Rússia, enquanto as disputas comerciais, incluindo o novo imposto tecnológico da França, aumentaram a discórdia.
Entretanto, Trump, o único actual ou antigo presidente dos EUA que enfrenta acusações criminais, garantiu uma vitória na disputa republicana do Iowa por uma margem sem precedentes.
Justin Trudeau disse que se Trump for reeleito presidente dos EUA, não “será fácil” para o Canadá.
As declarações do primeiro-ministro canadiano na terça-feira ecoam as preocupações da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que anteriormente alertou que a reeleição do ex-presidente seria uma ameaça para a Europa.
Relatórios adicionais com agências