Donald Trump pode ter seu império imobiliário dissolvido devido a declarações financeiras falsas, violando a lei antifraude de Nova York.
Uma análise da Associated Press de quase 70 anos de casos similares mostra que o caso de Trump se destaca por ser a única grande empresa ameaçada de dissolução sem vítimas óbvias e grandes perdas.
Isso poderia criar um precedente perigoso para futuras ações legais, segundo especialistas.
Outros casos de dissolução envolvem violações mais evidentes e prejuízos maiores, diferente do caso de Trump, que é único em sua categoria.
O juiz Arthur Engoron decidiu que Trump cometeu fraude ao inflar seu patrimônio líquido por 11 anos ao Deutsche Bank e outros. No entanto, o impacto do suposto prejuízo não está claro, já que os bancos não reclamaram e não está claro quanto perderam, se é que perderam.
Um especialista em empréstimos estimou que o Deutsche Bank abriu mão de 168 milhões de dólares em juros adicionais em empréstimos a Trump, mas Trump ofereceu garantia pessoal, e os funcionários do banco não puderam afirmar se a declaração de valor de Trump impactou as taxas.
O procurador-geral Letitia James nunca pediu a dissolução e venda das empresas de Trump, mas recomendou que ele seja proibido de fazer negócios em Nova York e pague 370 milhões de dólares em juros poupados e outros “ganhos ilícitos”.
James também sugeriu que um monitor independente seja nomeado para supervisionar as operações de Trump durante cinco anos, após os quais o tribunal poderia decidir se revogaria seus certificados comerciais e possivelmente o tiraria do mercado.
A decisão de dissolução tomada pelo juiz ainda está sob recurso.