Israel solicitou a alteração da letra de sua principal candidatura ao concurso de música da Eurovisão, após ter sido rejeitada na semana passada por violar as regras de neutralidade política.
A letra incluía versos como “Eles eram todos bons filhos, cada um deles”, uma aparente referência ao ataque do Hamas em 7 de Outubro, que resultou na morte de 1.200 pessoas após a violação da fronteira com Gaza.
A emissora nacional Kan prometeu não modificar a letra de October Rain, mas o presidente de Israel, Isaac Herzog, pediu “ajustes necessários” para garantir que o país possa competir.
“O presidente enfatizou que neste momento em particular, quando aqueles que nos odeiam procuram afastar e boicotar o Estado de Israel em todas as fases, Israel deve fazer soar a sua voz com orgulho e cabeça erguida e levantar a sua bandeira em todos os fóruns mundiais, especialmente este ano”, disse Kan.
Em comunicado, a emissora informou que entrou em contato com o artista, bem como com o letrista da canção Dance Forever, que ficou em segundo lugar, para revisar suas letras preservando sua liberdade artística.
Em seguida, será escolhida oficialmente uma canção para ser enviada ao comitê da Eurovisão, antes do concurso que acontecerá na cidade sueca de Malmö, de 7 a 11 de Maio.
Quando a Eurovision Broadcasting Union informou que estava avaliando a letra no mês passado, Kan disse que “não tinha intenção de substituir a música”, que seria interpretada por Eden Golan, de 20 anos.
Nos anos anteriores, os países tiveram que alterar suas letras ou se retirar da competição depois que a EBU rejeitou suas escolhas musicais.
A Geórgia se retirou em 2019 depois que sua entrada ‘We Don’t Wanna Put In’ foi rejeitada por se referir ao presidente russo, Vladimir Putin.
Enquanto isso, vários artistas de outros países pediram a suspensão de Israel devido à guerra em Gaza, que já provocou mais de 30.000 mortes e deixou 80% da população deslocada.