A promotora do condado de Fulton, Fani Willis, obteve autorização para prosseguir criminalmente contra Donald Trump e outros réus acusados de montar uma “empresa criminosa” para fraudar os resultados das eleições na Geórgia em 2020.
A juíza responsável pelo caso rejeitou as tentativas de Trump e seus aliados de desqualificar a promotora pública após alegações de má conduta envolvendo um promotor que ela contratou para liderar o caso.
Em sua decisão de 23 páginas na sexta-feira, o juiz Scott McAfee do Tribunal Superior do condado de Fulton escreveu que os réus não conseguiram provar um conflito de interesses que justificasse a remoção da promotora, mas reconheceu que qualquer aparência de impropriedade poderia exigir que ela se afastasse ou que o promotor se retirasse para permitir que o caso avançasse.
Os advogados de Trump e seus co-réus acusaram Willis de se beneficiar financeiramente do caso contra o ex-presidente ao contratar um promotor com quem tinha um relacionamento romântico. No entanto, a juíza considerou que não havia provas convincentes e deu a Willis duas opções: se afastar ou referir o caso a outro promotor.
Durante as audiências, detalhes íntimos da vida pessoal de Willis foram expostos, incluindo seu relacionamento com o promotor Nathan Wade. A defesa tentou desacreditar a promotora, alegando que ela estava sendo julgada por tentativas de roubar as eleições de 2020. No entanto, a juíza McAfee ressaltou a importância de garantir um processo imparcial e justo.
Apesar das acusações e tentativas de desqualificação, a juíza manteve a acusação central de extorsão contra Trump e seus co-réus, alegando que houve atos evidentes para pressionar autoridades a alterarem resultados eleitorais. A promotora ainda pode reabrir acusações contra eles ou recorrer da decisão do juiz.
O caso contra Trump e seus aliados envolve alegações de um esforço coordenado para reverter sua derrota eleitoral, incluindo a fabricação de votos, intimidação de trabalhadores eleitorais e pressão sobre autoridades para alterarem os resultados. Alguns co-réus já se declararam culpados em acordos judiciais com promotores.
A decisão do juiz McAfee visa garantir um julgamento justo e imparcial, independentemente das conclusões do caso. A ordem ressalta a importância de aplicar a lei de forma equitativa e assegurar que os réus tenham direito a uma defesa justa, baseada nos princípios do sistema de justiça criminal.