AGeralmente ao meio-dia de domingo, no último dia da votação presidencial russa, aqueles que se opõem à repressão de Vladimir Putin responderão ao apelo final de Alexei Navalny, o falecido rosto da oposição anti-Kremlin.
Os russos não podem afetar o resultado do que é uma eleição predeterminada, disse Navalny duas semanas antes de ser anunciado morto – mas se comparecerem às assembleias de voto todos ao mesmo tempo, o Kremlin poderá vislumbrar quantas pessoas desejam o fim do domínio de mais de duas décadas de Putin sobre o país. Esta eleição, cuja votação começou na sexta-feira, acrescentará mais seis anos a isso. É inteiramente gerido pelo Kremlin para fazer uma coisa: entregar a vitória a Putin. O líder russo nem sequer se preocupou em fazer campanha.
Mais de dois anos após a invasão em grande escala da Ucrânia por Putin, intensificando o que já tinha sido uma repressão generalizada aos críticos dentro da Rússia, a oposição enfrenta agora um novo capítulo. As nações ocidentais alinharam-se para atribuir a culpa pela morte de Navalny às portas de Putin, tendo a sua viúva Yulia deixado claro que o líder russo matou o seu marido – o crítico mais feroz do Kremlin.
Além do assassinato de Navalny, quase mil outros críticos e dissidentes anti-guerra foram presos em toda a Rússia. Dezenas de milhares de pessoas foram presas simplesmente por protestarem. Centenas de milhares foram forçados ao exílio.
Yulia aceitou o apelo do marido para inundar em massa os locais de votação como um gesto simbólico, com protestos nas ruas arriscando prisão e longas penas de prisão. Na sexta-feira, várias pessoas foram presas por incidentes que incluíram derramar tinta verde nas urnas, incendiar as urnas ou cabines de votação e lançar fogos de artifício dentro dos locais de votação. Tais atos acarretam duras penas de prisão.
Mikhail Khodorkovsky, agora um dissidente exilado de alto nível, já foi o homem mais rico da Rússia. Ele foi cofundador do Comitê Antiguerra da oposição e tem sido um defensor declarado do protesto do meio-dia marcado para domingo. Ele pediu a todos os presentes que usem as cores da Rússia anti-guerra, que são o branco e o azul.
“É um ato político, um flash mob político para mostrar que somos muitos”, diz ele.
Os promotores russos ameaçaram os eleitores que participam da ação “Meio-dia Contra Putin” com cinco anos de prisão na quinta-feira. Mas, dado que não haveria razão legal para dispersar os participantes nas assembleias de vot…
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