O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou em um fórum em São Paulo que o acordo proposto entre a União Europeia e o Mercosul é prejudicial para ambas as partes. Macron destacou que o acordo precisa ser reformulado para considerar as mudanças climáticas, pois está desatualizado. Sua posição contra o acordo tem sido uma das mais abertas entre os líderes europeus.
Macron enfatizou que o acordo comercial com o Mercosul, da maneira como está sendo negociado atualmente, é terrível tanto para os europeus quanto para os sul-americanos. Ele defende que os produtores sul-americanos precisam aderir aos mesmos padrões ambientais e de saúde dos europeus. Essa posição é especialmente relevante após protestos sobre pesticidas realizados por agricultores em toda a Europa no início deste ano.
O Mercosul é composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Durante sua visita de três dias ao Brasil, Macron não havia abordado o tema até o fórum em São Paulo. Antes da viagem, seu gabinete havia afirmado que o acordo não estaria na agenda. O presidente francês expressou explicitamente sua discordância com o acordo, com o vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, presente no evento.
Alckmin, que também é ministro da Indústria do Brasil, mencionou a importância da reciprocidade em negociações comerciais e afirmou que ambas as partes precisam sair ganhando em um acordo. Alguns economistas brasileiros argumentam que a União Europeia não está abrindo seu mercado o suficiente para os produtos do Mercosul.
Na terça-feira, Macron e o ex-presidente brasileiro Lula anunciaram um plano para investir um bilhão de euros na proteção da Amazônia, incluindo áreas da floresta tropical na Guiana Francesa. Esse investimento será distribuído ao longo de quatro anos, em colaboração entre bancos estatais brasileiros e a agência de investimentos francesa.
Na quinta-feira, Macron irá a Brasília para se reunir novamente com Lula.