O corpo de um adolescente israelense desaparecido, que se acredita ter sido morto em um ataque palestino, foi encontrado na Cisjordânia ocupada, desencadeando um incidente que pode levar a mais violência.
Israel classificou a morte de Binyamin Achimair, de 14 anos, como “um ataque terrorista”, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu encontrar os responsáveis. O desaparecimento do adolescente provocou ataques de colonos judeus que invadiram uma aldeia palestina próxima, incendiando casas e carros, apesar do apelo do ministro da Defesa, Yoav Gallant, para que os israelenses não façam justiça com as próprias mãos.
Um palestino chamado Jehad Abu Alia foi morto e outras 25 pessoas ficaram feridas no ataque a Mughayir, conforme relatado por autoridades de saúde palestinas. Testemunhas afirmaram que as tropas israelenses atrasaram a ambulância que transportava o corpo do homem de 26 anos para o enterro.
Colonos bloquearam as entradas de mais duas cidades da região e atiraram pedras nos veículos que passavam. Na aldeia de Douma, os colonos israelenses incendiaram cerca de 15 casas e 10 fazendas, enquanto o exército estava presente, protegendo os colonos, de acordo com o chefe do conselho local da aldeia, Slieman Dawabsheh.
O Hamas emitiu uma declaração instando os palestinos na Cisjordânia a resistirem contra o que descreveram como “milícias de colonos”. A violência na Cisjordânia já vinha aumentando antes do início da guerra em Gaza, em 7 de outubro, e desde então tem crescido, com ataques israelenses intensos e confrontos nas ruas palestinas.
Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelo assassinato de Achimair. Segundo relatos da mídia israelense, o adolescente foi visto pela última vez saindo de um posto avançado de colonos na manhã de sexta-feira para cuidar do gado nas proximidades. Horas depois, as ovelhas retornaram ao posto avançado sem ele.
O corpo de Achimair foi descoberto por um drone da TV Canal 13 de Israel. Netanyahu declarou: “Vamos alcançar os assassinos e seus cúmplices, da mesma forma que fazemos com qualquer pessoa que prejudique os cidadãos do Estado de Israel”.
Em 2014, o sequestro e assassinato de três adolescentes israelenses na Cisjordânia aumentaram as tensões e resultaram em uma guerra de 50 dias entre Israel e o Hamas em Gaza, sendo a rodada de combates mais mortífera entre os dois lados até então.
Apesar de Israel ter estabelecido dezenas de assentamentos em toda a Cisjordânia ocupada, os postos avançados não são autorizados, embora recebam apoio tácito do governo. A comunidade internacional considera os assentamentos na Cisjordânia ilegais e obstáculos para a paz.
Fonte: Reuters e Associated Press.