A Câmara dos Representantes aprovou uma série de projetos de lei relacionados com o Irã na noite de segunda-feira, com amplo apoio bipartidário, em resposta ao ataque de sábado à noite pelas forças iranianas contra alvos em Israel.
Entre a legislação aprovada na segunda-feira estavam projetos de lei que visam ampliar as sanções sobre as empresas chinesas que fazem negócios com o setor petrolífero do Irã e disposições para instruir os representantes dos EUA no FMI a se oporem à assistência financeira ao Irã. Outro projeto de lei determinava que o presidente apresentasse relatórios ao Congresso sobre as participações e ativos iranianos no sistema financeiro dos Estados Unidos.
Os projetos de lei foram aprovados sob suspensão das regras, com apenas um punhado de legisladores na oposição. Era um resultado esperado, uma vez que nenhuma legislação tratava de questões consideradas controversas ou que exigiam maior politicagem — como a ajuda militar a Israel ou a interação dos EUA com agências que prestam ajuda em Gaza. Também se seguiu a um grande ataque iraniano no fim de semana contra alvos israelenses, que foi amplamente combatido pelas defesas aéreas israelenses e norte-americanas.
A onda de legislação de segunda-feira foi em grande parte uma continuação do status quo em Washington – apoio ao aumento da pressão não militar contra o governo do Irã, enquanto a administração Biden e os aliados do presidente no Partido Democrata pressionam publicamente contra os apelos dos conservadores para um ataque militar direto contra as instalações e/ou capacidades do Irã. A Casa Branca repetiu várias vezes durante o fim de semana que os EUA não procuram um conflito militar com o Irã; O próprio presidente Biden supostamente instou Benjamin Netanyahu, de Israel, contra ações retaliatórias em um telefonema. Mais importante ainda, nessa mesma chamada, o presidente terá dito a Netanyahu que os EUA não apoiariam tal ação militar.
Os conservadores continuam a insistir que a recusa dos EUA em usar a força militar contra o Irã serve como um meio eficaz e não dissuasor, e apelaram ao presidente para que tome medidas mais drásticas.
Enquanto isso, a votação de segunda-feira na Câmara precede a tomada de novas medidas pela Câmara na próxima semana. Espera-se que a Câmara apresente mais legislação visando o Irã nos próximos dias, incluindo uma resolução que deverá ser revelada em um comunicado bipartidário na terça-feira sobre o apoio do Irã a grupos de milícias e “batalhas por procuração” em todo o Oriente Médio.
A Câmara ainda não aprovou legislação de financiamento suplementar para Israel e a Ucrânia, aprovada pelo Senado em Fevereiro. Em vez disso, o presidente da Câmara, Mike Johnson, disse aos republicanos em sua reunião de conferência na segunda-feira que dividiria a legislação em várias partes, permitindo que ambas as partes que tratam de Israel e dos militares da Ucrânia permanecessem isoladas.
A atitude de Johnson coloca-o novamente em conflito com o Senado, onde a minoria republicana instou-o a apresentar o suplemento ao plenário sem alterações. A situação cada vez mais desesperada enfrentada pelos militares ucranianos foi colocada nas mãos do orador enquanto ele luta contra os conservadores do seu próprio partido que procuram uma oportunidade para destruir essa parte da legislação.