Pelo menos 20 pessoas morreram e várias ficaram feridas em um ataque aéreo israelense na cidade de Rafah, no sul de Gaza, segundo informações de médicos na segunda-feira.
Aviões de guerra israelenses atingiram três casas no campo de refugiados, onde mais de um milhão de palestinos se abrigaram após meses de bombardeios israelenses, de acordo com autoridades de saúde.
As aeronaves israelenses também atingiram duas casas na Cidade de Gaza, matando pelo menos quatro pessoas e ferindo várias outras.
Os ataques ocorreram mesmo após o presidente palestino, Mahmoud Abbas, ter pedido aos Estados Unidos para impedir que Israel atacasse a cidade fronteiriça.
Abbas, líder da Autoridade Palestina, afirmou que os EUA eram o único país capaz de interromper o ataque de Israel a Rafah.
“Apelamos aos Estados Unidos da América para pedir a Israel que não continue com o ataque a Rafah. A América é o único país capaz de impedir Israel de cometer esse crime”, disse Abbas em uma reunião especial do Fórum Econômico Mundial na capital saudita, Riade.
Israel havia ameaçado há semanas lançar um ataque terrestre a Rafah e intensificou os ataques aéreos na semana passada para destruir o que chamava de “batalhões restantes” do Hamas.
Os EUA, Reino Unido e vários outros países pediram a Israel que não realizasse uma invasão terrestre em Rafah, temendo pela vida dos refugiados ali reunidos.
A guerra de Israel contra Gaza já matou mais de 34 mil palestinos, deslocou a maioria dos 2,3 milhões de habitantes e devastou grande parte do enclave.
A guerra em curso foi desencadeada por um ataque de militantes do Hamas a Israel em 7 de outubro, resultando na morte de 1.200 pessoas e fazendo 253 reféns.
O presidente dos EUA, Joe Biden, “reiterou sua posição clara” sobre uma possível invasão de Rafah pelas forças israelenses em uma ligação com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou a Casa Branca.
Biden havia afirmado anteriormente que Washington não apoiaria tal operação sem um plano humanitário adequado e credível.
“O presidente reafirmou seu forte compromisso com a segurança de Israel”, disse a Casa Branca em comunicado, sem fornecer mais detalhes.
É esperado que o Egito receba líderes do Hamas na segunda-feira para discutir as perspectivas de um acordo de cessar-fogo com Israel.
O Hamas informou que uma delegação liderada por Khalil Al-Hayya, vice-chefe do grupo em Gaza, irá discutir uma proposta de cessar-fogo entregue pelo Hamas aos mediadores do Catar e Egito, bem como a resposta de Israel.
As negociações de trégua no Cairo acontecerão entre a delegação do Hamas e os mediadores do Qatar e do Egito, com o apoio dos EUA. “O Hamas tem algumas perguntas e preocupações sobre a resposta de Israel à sua proposta, que o movimento recebeu dos mediadores na sexta-feira”, disse um funcionário do Hamas à Reuters.