Os letões foram orientados a transformar suas caves em abrigos antiaéreos, devido ao temor de um possível ataque de Vladimir Putin aos Estados Bálticos em seguida.
Vilnis Kirsis, prefeito de Riga, capital da Letônia, destacou a importância das pessoas estarem preparadas para se refugiar em seus porões. “Apelamos a todos durante a grande limpeza, mas também depois, para garantir que suas caves possam ser usadas como abrigos em caso de emergência”, disse ele.
A Letônia, uma antiga república soviética, tem uma fronteira de 213 quilômetros com a Rússia e é membro da OTAN desde 2004. O receio de que o presidente russo possa ter como alvo a Letônia ou os países bálticos vizinhos, Estônia ou Lituânia – também membros da aliança militar – tem aumentado, especialmente em meio à invasão da Ucrânia pelo Kremlin.
A comissão de defesa civil de Riga já começou a preparar abrigos em edifícios públicos por toda a cidade, como medida preventiva para um possível ataque. Gints Reinsons, chefe da comissão, informou que a cidade pretende preparar 100 abrigos por mês até o final do ano. “As caves de edifícios públicos, escolas, lares de idosos, hospitais e câmaras municipais serão inspecionadas e preparadas pelas autoridades para servirem como esconderijos em caso de ataque”, disse ele à imprensa local.
Em janeiro, os três países bálticos concordaram em estabelecer uma zona de defesa comum em suas fronteiras com a Rússia e Bielorrússia – aliada de Moscou – diante do aumento da agressão por parte do Kremlin.
Os ministros da defesa dos três países se reuniram em Riga para aprovar a construção de “instalações defensivas anti-mobilidade” nas fronteiras orientais e para fortalecer a cooperação entre mísseis e artilharia. “A guerra da Rússia na Ucrânia mostrou que, além de equipamento, munições e mão-de-obra, também precisamos de estruturas físicas defensivas na fronteira desde o primeiro metro para proteger a Estônia”, afirmou na época Hanno Pevkur, ministro da Defesa da Estônia.
A Estônia planeja construir 600 bunkers ao longo de sua fronteira de 300 quilômetros com a Rússia, com um investimento inicial de 60 milhões de euros, conforme a emissora pública estoniana ERR. Cada bunker foi projetado para abrigar 10 soldados, e o Ministério da Defesa planeja iniciar a construção no início de 2025.