Os EUA impuseram sanções a quase 300 empresas e indivíduos da China, Rússia e outros países por supostamente apoiarem a indústria de defesa da Rússia e ajudarem a contornar as sanções americanas devido à guerra na Ucrânia.
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou na quarta-feira que impôs sanções a quase 200 entidades, enquanto o Departamento de Estado sancionou mais de 80, com o objetivo de “diminuir a capacidade da Rússia de sustentar sua máquina de guerra” na Ucrânia.
As entidades sancionadas, localizadas em vários países, teriam ajudado a Rússia a adquirir tecnologia e equipamentos essenciais do exterior para manter suas operações militares na Ucrânia.
Estas sanções foram aplicadas após a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o secretário de Estado, Antony Blinken, alertarem sobre o apoio comercial da China à indústria de defesa russa durante suas viagens ao país. Eles afirmaram que esse suporte estava ajudando a Rússia a manter o conflito na Ucrânia.
Entre as empresas chinesas envolvidas está a Finder Technology, sediada em Hong Kong, que teria exportado componentes e eletrônicos de drones para a Rússia. A Juhang Aviation Technology Shenzhen Co foi acusada de fornecer hélices de drones, bloqueadores de sinal, sensores e motores para a Rússia. Já a Zhongcheng Heavy Equipment Defense Technology Group Co Ltd foi acusada de fornecer equipamentos para o grupo paramilitar Wagner.
O Departamento do Tesouro alertou que empresas que apoiam a guerra russa enfrentarão consequências significativas, e as sanções aplicadas agora atingiram quase 300 alvos. Além disso, pela primeira vez, importadores de algodão, celulose e nitrocelulose foram sancionados, pois esses materiais são essenciais para a produção de explosivos.
As novas sanções, combinadas com o apoio financeiro dos EUA à Ucrânia, visam fornecer ajuda crítica ao país em meio ao conflito.
Durante sua visita a Pequim em abril, Janet Yellen alertou que as empresas ou indivíduos que facilitarem transações de bens de duplo uso para a base industrial de defesa da Rússia estarão sujeitos a sanções dos EUA.
O Departamento de Estado também impôs sanções a empresas chinesas e de outros países por apoiarem a indústria de defesa russa. Além disso, ampliou as sanções para afetar a capacidade da Rússia de exportar gás natural liquefeito, atingindo empresas e operadores de navios que trabalham com projetos russos.
As sanções também se estenderam a subsidiárias de empresas estatais russas e a outros setores econômicos do país. Ações foram tomadas contra pessoas ligadas à morte de Alexey Navalny e a embaixada chinesa em Washington reiterou sua oposição às sanções unilaterais dos EUA.
As autoridades russas responderam dizendo que as sanções americanas aumentam as dúvidas sobre a construtividade do papel dos EUA no cenário mundial. A embaixada chinesa enfatizou que suas exportações estão em conformidade com as leis e regulamentos e criticou as sanções como sendo ilegais.