A Austrália manifestou repúdio ao uso “não profissional e inaceitável” de sinalizadores por um avião de guerra chinês próximo a um de seus helicópteros voando em uma missão das Nações Unidas para impor sanções contra a Coreia do Norte em águas internacionais.
O Departamento de Defesa do país afirmou que o piloto do MH-60R Seahawk foi obrigado a tomar medidas evasivas depois que um caça a jato do Exército de Libertação Popular lançou sinalizadores em sua trajetória de voo sobre o Mar Amarelo no sábado.
Anthony Albanese informou que realizou “representações muito enfáticas em todos os níveis à China” sobre o incidente, em meio à pressão para abordar diretamente o presidente chinês, Xi Jinping, sobre o assunto.
“Deixamos claro à China que isso não é profissional e é inaceitável”, disse o primeiro-ministro australiano à Nine Network.
Canberra relatou que o helicóptero da Marinha, lançado do navio naval HMAS Hobart, estava em uma missão para fazer cumprir as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte quando um jato chinês disparou sinalizadores ao longo de sua trajetória de voo.
“Esta foi uma manobra insegura que representou um risco para a aeronave e para o pessoal. Embora não tenha havido ferimentos no pessoal da ADF ou danos ao helicóptero MH-60R, a segurança e o bem-estar de nosso pessoal da ADF continuam sendo nossa maior prioridade”, afirmou o Departamento de Defesa.
O caça Chengdu J-10 lançou sinalizadores cerca de 300 metros à frente do helicóptero e cerca de 60 metros acima dele, obrigando-o a tomar medidas evasivas para evitar ser atingido por esses sinalizadores, conforme declarou o ministro da Defesa, Richard Marles.
“As consequências de ser atingido pelas chamas teriam sido significativas”, acrescentou. “Trata-se de um incidente muito sério. Não foi seguro e é completamente inaceitável.”
A China ainda não se manifestou sobre as alegações da Austrália.
Espera-se que Camberra aborde a questão quando o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, visitar a Austrália em junho. “Uma das falhas ao longo do tempo foi a falta de diálogo. O diálogo é importante. Sempre é importante ter vias de comunicação”, disse Albanese.
Ele se referia ao período desde 2020, quando a China interrompeu as discussões ministeriais com o governo anterior da Austrália, que perdeu o poder em 2022.
Ao visitar a China em novembro, Albanese convidou Xi para visitar a Austrália pela primeira vez em uma década, citando a recente melhoria nas relações bilaterais desde os mínimos históricos. No entanto, ele anunciou na terça-feira que Xi não faria a visita este ano.
Albanese antecipou “algum envolvimento face a face” com o líder chinês durante as cúpulas do G20 e da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico no final deste ano.