Os Estados Unidos não vão fornecer armas ofensivas para Israel usar em uma operação terrestre que coloque em perigo os civis palestinos em Rafah, conforme declarou o presidente Joe Biden. Ele deixou claro sua posição sobre Rafah em uma entrevista com a âncora da CNN, Erin Burnett, durante uma visita a Wisconsin.
Biden ressaltou que o fluxo de armas defensivas, como os interceptadores do sistema de defesa antimíssil Iron Dome de Israel, não será interrompido, apesar da suspensão do envio de munições, como as bombas de 2.000 libras que ele colocou em espera.
“Vamos continuar garantindo que Israel esteja seguro com o Iron Dome e sua capacidade de responder a ataques recentes no Oriente Médio”, afirmou. “Mas é simplesmente errado. Não vamos fornecer armas e projéteis de artilharia.”
Além disso, Biden informou que disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que Israel não terá apoio dos EUA se decidir atacar essas áreas populacionais.
“Civis foram mortos em Gaza como consequência dessas bombas e de outras formas de ataque a áreas populacionais”, destacou.
O presidente dos EUA assegurou que o compromisso do país com a capacidade de defesa de Israel não está em perigo, embora esteja impondo algumas condições à ajuda militar.
Deixei claro que, se eles forem para Rafah – o que ainda não aconteceu – não fornecerei armas historicamente usadas para lidar com essa situação”, afirmou Biden. “Não estamos comprometendo a segurança de Israel. Estamos impedindo a capacidade de Israel de travar guerra nessas áreas.”
Ele reconheceu que as ações de Israel em Rafah, até o momento limitadas, não cruzaram nenhuma linha vermelha para ele. No entanto, admitiu que a ofensiva causou tensão na região.
“Eles ainda não atacaram áreas populacionais. O que fizeram está na fronteira, provocando problemas, especialmente com o Egito, onde tenho trabalhado para manter uma relação de ajuda”, explicou.
Biden deixou claro aos líderes de Israel que os EUA não apoiarão um ataque à população civil de Rafah, alertando Netanyahu sobre uma reação exagerada, a fim de evitar repetir erros cometidos após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
“Fiz questão de dizer a Bibi e ao gabinete de guerra: não terão nosso apoio se atacarem essas áreas populacionais”, ressaltou. “Eu disse a Bibi: ‘Não cometam o mesmo erro que cometemos na América. Queríamos pegar Bin Laden. Vamos ajudá-los a pegar Sinwar’.”
Biden concluiu enfatizando a importância de atuar com precisão em situações de conflito, como no caso de Bin Laden, para evitar erros estratégicos.