Verão em Crise: A Virose que Afeta as Praias e a Economia
A atual temporada de verão nas praias brasileiras, especialmente em locais como Guarujá, está sendo marcada por um clima preocupante, onde a combinação de viroses e movimento reduzido lembra os tempos sombrios da pandemia de COVID-19. Os comerciantes e prestadores de serviços que normalmente se preparam para receber multidões neste período estão enfrentando um cenário desolador, com uma quantidade alarmante de clientes ausentes e, consequentemente, perdas financeiras significativas.
Impactos nas Praias e no Comércio Local
Redução Adversa no Movimento
Historicamente, a praia da Mangueira, por exemplo, passava de 10 a 20 funcionários para enfrentar a demanda habitual do verão. No entanto, a realidade atual é bem diferente. Os comerciantes afirmam que, apesar do sol e do clima favorável, a quantidade de clientes é drasticamente menor. Um comerciante local relatou que, em um sábado típico, áreas que costumavam estar lotadas estão agora apenas parcialmente ocupadas. "As famílias vêm e trazem tudo que vão consumir. Isso apenas aumenta meu prejuízo", desabafou.
Cenário em Pitangueiras
A situação se repete em Pitangueiras, onde Andrea Moreira, uma comerciante do local, expressou sua insatisfação. “Esse início de ano está parecendo novembro, que tem pouca gente”, disse, destacando a quantidade de cadeiras e guarda-sóis empilhados e sem uso. A venda local despencou, e a luta para atrair clientes é cada vez mais difícil.
Cancelamento de Reservas
O impacto da situação é evidente também nos hotéis, onde 19% das reservas foram canceladas, segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). O diretor-executivo da instituição, Édson Pinto, descreveu o fenômeno como um "apagão", resultante de uma combinação de surto de virose e arrastões que assustam os veranistas.
A Virose: Um Inimigo Silencioso
Aumento nos Casos de Virose
A redução do movimento também pode ser atribuída ao surto de virose. Nos últimos dias, as unidades de saúde em Guarujá viram um aumento significativo no atendimento a casos de virose, embora a situação pareça já estar se normalizando. Os relatos indicam que a aglomeração na UPA Rodoviária, uma das principais unidades de atendimento da cidade, chegou a ter tempos de espera de quase 3 horas no início de janeiro. Entretanto, o movimento diminuiu consideravelmente com o passar dos dias.
Resposta das Autoridades
A Prefeitura de Guarujá, em nota, informou que os atendimentos relacionados a casos de virose nas unidades de saúde voltaram à normalidade, sem picos de demanda desde 4 de janeiro. Apesar disso, os comerciantes e hoteleiros continuam a sentir os efeitos consequentes da baixa movimentação.
Medidas de Proteção e Prevenção
O Uso de Álcool em Gel e Kits Caseiros
Em resposta ao surto de virose, muitos veranistas estão adotando medidas de proteção semelhantes às vistas durante a pandemia. O uso de álcool em gel e a preparação de kits caseiros de higiene se tornaram normais. As famílias se equipam não só para garantir a saúde, mas também como uma forma de se sentirem mais seguras em um ambiente que se tornou incerto.
O Papel das Redes Sociais
As redes sociais têm sido um canal intenso para compartilhamento de informações e dicas de prevenção, com usuários informando sobre a situação nas praias e dando conselhos sobre cuidados a serem tomados. A disseminação de informações neste espaço também ajuda os comerciantes a se adaptarem e a se fortificarem diante da situação adversa.
Reflexões sobre o Futuro do Verão
Como Recuperar a Confiança dos Turistas?
A grande questão é: como os empresários do setor de turismo e lazer poderão recuperar a confiança dos turistas e reverter o quadro atual de baixa procura? A busca por soluções passa pela combinação de medidas de segurança, promoção de eventos que atraiam visitantes e transparência sobre a saúde pública.
Estratégias para a Restauração do Comércio
Os comerciantes estão começando a repensar suas estratégias. Muitas barracas de praia estão se adaptando e oferecendo promoções e pacotes para atrair mais clientes, buscando incentivar a volta dos frequentadores às areias. Além disso, a colaboração entre empresários é essencial para promover a troca de experiências e estratégias que ajudem a superar essa fase crítica.
Conclusão: Necessidade de União e Iniciativas Coletivas
Tanto os comerciantes quanto as autoridades públicas têm um desafio significativo pela frente. A resiliência e a adaptação serão fundamentais para garantir que as praias voltem a atrair visitantes e prosperar como destinos turísticos. Com a união de esforços entre comunidades, prestadores de serviços e visitantes, talvez haja uma luz ao fim do túnel para a recuperação do verão.
Em um momento em que a saúde pública deve ser priorizada, é igualmente importante reconhecer a necessidade de revitalizar o setor turístico. Esperamos que, em breve, os relatos de veranistas e comerciantes contem uma nova história de sucesso nas praias que, durante tantos anos, foram sinônimo de alegria e confraternização.
Imagem: Comerciante reclama de queda no movimento na praia do Tombo. Imagem: Mateus Araújo/UOL
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