"Não sou assassina", diz camiseta encontrada na cela da suspeita de envenenamento
Na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, uma descoberta intrigante tornou-se o centro das atenções da mídia e do público. A Polícia Penal encontrou uma camiseta com a frase "não sou assassina" na cela de Deise Moura dos Anjos, suspeita de ter envenenado três pessoas com um bolo. Além da camiseta, foram encontrados diversos papéis com cartas e rabiscos, que podem fornecer novos insights sobre o estado emocional da detida antes de sua morte, ocorrida no último dia 13. O caso, que tem capturado a atenção nacional, levanta questões sobre a saúde mental e as circunstâncias que cercam a vida de Deise na prisão.
O desenrolar do caso
O envenenamento
O envenenamento que levou à prisão de Deise ocorreu durante uma reunião familiar em Torres, no Rio Grande do Sul, em 23 de dezembro. Durante um café da tarde, sete pessoas da mesma família começaram a passar mal após consumir bolos. Infelizmente, três mulheres morreram rapidamente:
- Tatiana Denize Silva dos Anjos – parada cardiorrespiratória
- Maida Berenice Flores da Silva – parada cardiorrespiratória
- Neuza Denize Silva dos Anjos – choques pós-intoxicação alimentar
A polícia aponta que o bolo, supostamente preparado pela sogra de Deise, Zeli dos Anjos, continha veneno. Zeli, que foi hospitalizada, sobreviveu e recebeu alta em janeiro desse ano. Uma criança de dez anos, que também comeu o bolo, conseguiu sobreviver sem complicações.
A conexão com a morte do sogro
Após a revelação do caso do bolo envenenado, as autoridades começaram a investigar se Deise também tinha envolvimento na morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que faleceu em setembro. Exames posteriores ao corpo exumado dele confirmaram a ingestão de arsênio. Este veneno foi encontrado nas bananas e no leite em pó que Deise teria levado à casa do sogro.
As descobertas na cela
A Polícia Penal encontrou a camiseta com a frase "não sou assassina", além de várias cartas e rabiscos que Deise escreveu durante seu tempo na prisão. Essas mensagens, segundo o delegado Fernando Sodré, parecem constituir um desabafo, onde ela se declara inocente e menciona estar em sofrimento.
O impacto da solidão
Deise estava presa desde 5 de janeiro e mantida em cela individual, sem permissão para se comunicar com outras detentas. A solidão e o isolamento podem ter contribuído para seu estado mental, levando à trágica decisão que culminou em sua morte dentro da penitenciária. ela foi encontrada morta, e as circunstâncias ainda estão sob investigação.
Análise e reflexões sobre o caso
O caso de Deise Moura dos Anjos desperta reflexões sobre várias questões sociais e jurídicas, incluindo:
- Saúde mental nas prisões: O que as prisões estão fazendo para lidar com a saúde mental dos detentos?
- Sistema penal brasileiro: Como a falta de comunicação e o isolamento impactam o bem-estar dos presos?
- Consequências do estigma: Como a percepção pública de casos abrangendo homicídios influencia o tratamento das pessoas envolvidas?
Conclusão
A frase contida na camiseta, que Deise deixou para trás, ressoa como um grito silencioso por ajuda em meio a uma situação trágica e complexa. Este caso não se limita a um ato supostamente criminoso; vai além, envolvendo questões profundas sobre saúde mental, dinâmica familiar, e as falhas do sistema penal. A investigação ainda está em andamento, e novas revelações podem emergir nas próximas semanas.
Para saber mais sobre o caso
Acompanhe nossas atualizações sobre a investigação e descubra mais sobre outros casos que chocaram a opinião pública no Portal G7.
- O impacto das fraudes alimentares no Brasil
- Saúde mental e sistema prisional: desafios contemporâneos
Imagem: Camiseta encontrada na cela de Deise Moura dos Anjos, reproduzida da NSC Total
Acompanharemos de perto o que acontecerá a seguir neste caso que desafia a lógica e a razão, e que nos faz questionar o que significa ser mais do que uma simples estatística em um sistema penal.